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Cooperativas se preparam para reconhecimento global da ONU
A Organização das Nações Unidas (ONU) declarou 2025 como Ano Internacional das Cooperativas, uma oportunidade para que o mundo inteiro conheça mais sobre o cooperativismo e como esse modelo de negócio transforma a vida das pessoas e comunidades com empreendimentos coletivos que produzem de forma justa e sustentável. As cooperativas brasileiras já estão se preparando para a celebração global e pretendem aproveitar o período para conquistar mais cooperados, expandir negócios e garantir visibilidade para o trabalho que realizam em todos os setores da economia.
O lançamento oficial do Ano Internacional das Cooperativas aconteceu no dia 25 de novembro em Nova Delhi, na Índia, durante a Conferência Cooperativa Global da Aliança Cooperativa Internacional (ACI). O tema do reconhecimento da ONU é “Cooperativas constroem um mundo melhor” e resume o papel das cooperativas para transformar a vida dos cooperados e das comunidades em que atuam por meio da geração de trabalho e renda, do desenvolvimento da economia local, de programas de impacto social e do cuidado com o meio ambiente.
A marca oficial do evento, desenvolvida pela ONU, simboliza pessoas unidas ao redor do mundo, em conexão umas com as outras, representando a atuação global das cooperativas. As cores vermelho, verde e azul representam Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) diretamente ligados à atuação das cooperativas.
Para o presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas, o reconhecimento da ONU é uma oportunidade para o cooperativismo se consolidar como uma alternativa socioeconômica viável para o desenvolvimento de pessoas e comunidades ao redor do mundo.
“O cooperativismo já reúne 1 bilhão de pessoas, mais de 12% da população mundial. É hora de mostrar que nosso jeito de produzir e de gerar trabalho e renda pode alcançar ainda mais pessoas e o Ano Internacional será um grande momento para isso. As cooperativas reúnem desenvolvimento, impacto social e cuidado com o meio ambiente. É a combinação para negócios do presente e do futuro que queremos”, afirma.
Segundo Lopes de Freitas, o engajamento das cooperativas brasileiras nas ações do Ano Internacional das Cooperativas é essencial para fortalecer a mobilização global e multiplicar os resultados esperados para o cooperativismo em todo o mundo.
Inclusão e sustentabilidade
No interior de Goiás, os cooperados da Cooperativa Mista Agropecuária do Rio Doce (Coparpa), trabalham diariamente para construir um mundo melhor, colocando em prática o tema do reconhecimento da ONU. Formada por 2,3 mil agricultores familiares da região de Jataí, a cooperativa produz soja como matéria-prima para o Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel (PNPB), uma iniciativa federal de fomento ao combustível renovável.
“Nós construímos um mundo melhor incluindo os pequenos produtores no mundo dos negócios. Na cadeia produtiva do biodiesel, beneficiamos os agricultores e toda a sociedade que utiliza essa fonte de energia mais limpa”, afirma o presidente administrativo da Coparpa, Roberto Garcia.
Além do grão para o biocombustível, a cooperativa goiana trabalha com a produção de leite e hortifruticultura, e disponibiliza loja agropecuária, fábrica de ração e supermercado para apoiar os cooperados. A Coparpa pretende aproveitar o Ano Internacional das Cooperativas para buscar novos parceiros de negócios no mercado do biodiesel e parcerias para acessar novas tecnologias disponíveis para o setor.
“A Coparpa trabalha fazendo sua parte pelo fortalecimento do cooperativismo nacional e internacional. Onde tem uma cooperativa, os produtores têm crédito, têm assistência. Esse é o nosso papel, ajudar quem produz a aprimorar seu conhecimento e levar para suas famílias o melhor, conquistado por meio do trabalho na cooperativa”, destaca o presidente.
Da Amazônia para o mundo
Em Roraima, a Cooperativa Agropecuária dos Cinco Polos (Coopercinco) também tem mostrado no dia a dia como o cooperativismo constroi um mundo melhor por meio do trabalho e da inclusão produtiva.
Fundada há 18 anos por um grupo de agricultores familiares da zona rural de Boa Vista, a cooperativa hoje tem mais de 800 cooperados e produz uma lista extensa de produtos, com quase 30 itens entre frutas, verduras e legumes, além de ovos e mel. Parte da produção vai para a merenda escolar do município, por meio do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), em que a prefeitura compra diretamente da cooperativa.
Para o Ano Internacional das Cooperativas, o presidente da Coopercinco, Sergio Medeiros, espera expandir negócios, inclusive para o mercado internacional, e mostrar os benefícios do modelo cooperativista para mais cooperados e consumidores. “Esperamos que no Ano Internacional das Cooperativas 2025, o cooperativismo se destaque cada vez mais no mundo, por se tratar de um modelo de negócio em que a democracia, a gestão participativa e a coletividade se destacam. O cooperativismo é uma potência, precisamos dar mais visibilidade ao que fazemos e produzimos”, pondera.
Para os cooperados, Medeiros afirma que o objetivo para 2025 é continuar melhorando a vida de quem produz para gerar um efeito em cadeia de desenvolvimento da economia local. “A Coopercinco vai seguir promovendo a igualdade e inclusão social por meio da cooperação, permitindo que os cooperados tenham voz nas decisões da cooperativa, com oportunidades para todos.”
Saiba mais sobre o Ano Internacional das CooperativasPor que a ONU decidiu dar destaque ao cooperativismo em 2025? A ONU reconhece o cooperativismo como um modelo de negócio justo e capaz de apoiar as pessoas e comunidades com desenvolvimento econômico e social. Na resolução que oficializou o Ano Internacional das Cooperativas 2025, a ONU também destacou o papel das cooperativas para a erradicação da fome e da pobreza e para o combate às mudanças climáticas. O que vai acontecer? Durante 2025, a ONU incentivará e apoiará seus 195 países-membros a adotarem medidas de fortalecimento e promoção das cooperativas em suas realidades locais. Serão promovidas ações de cooperação técnica e transferência de conhecimento e uma forte inserção dos representantes das cooperativas em instâncias de tomada de decisão em contextos nacionais, regionais e internacionais. Quais os resultados esperados? Em 2012, na primeira vez que a ONU dedicou um Ano Internacional às cooperativas, houve um aumento da conscientização mundial sobre o papel das cooperativas para o desenvolvimento sustentável, de acordo com a Aliança Cooperativa Internacional (ACI). Atualmente, há 3 milhões de cooperativas em todo o mundo, que reúnem mais de 1 bilhão de cooperados, geram 280 milhões de postos de trabalho e movimentam cerca de US$ 2 trilhões na economia global. |