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Maior frigorífico de suínos da América Latina é coop

Sabia que grande parte das cooperativas agropecuárias é formada por pequenos e médios produtores e marca presença no mercado com produtos que são referência em qualidade e sustentabilidade? Certamente você já consumiu muitos deles. O setor vem ganhando cada vez mais competitividade, se destacando em segmentos importantes, como na produção de carne suína. E nesta área, as cooperativas dão um verdadeiro show, tanto é que o maior frigorífico da América Latina é coop!

Imagina um espaço projetado para ter a capacidade diária de abate de 15 mil animais, com industrialização da produção e geração de 6.400 empregos diretos até 2030. E a ideia é trabalhar para bater estas metas antes disso. Uma iniciativa da Frimesa Cooperativa Central, formada por cinco coops agro do Paraná – Copagril, Lar, C.Vale, Copacol e Primato. O novo frigorífico já está em funcionamento desde março de 2023, na cidade de Assis Chateaubriand, no Oeste do estado, com mais de 2.100 suinocultores integrados.   

A expectativa é de que a produção da central triplique até a fase final do projeto, com o processo de industrialização. Só para se ter uma ideia da projeção, em 2023 foi registrado o abate de 2.959 milhões de suínos, contabilizando o resultado de três plantas industriais localizadas em Medianeira, Marechal Cândido Rondon e Assis Chateaubriand. Um aumento de 25% em relação a 2022, segundo informações divulgadas em fevereiro deste ano pela Frimesa, em destaque no seu Relatório Anual 2023. Em consequência, a industrialização também cresceu, chegando a 351,4 mil toneladas, um aumento de 18,3% em relação ao período anterior. 

E os resultados já trazem uma contribuição importante do novo frigorífico que, em dezembro do último ano, chegou ao abate de 3.665 suínos por dia. Ao final de 2023, a meta da geração de empregos já chegava a 2.563 pessoas, uma amostra de como o projeto vai somar para o desenvolvimento do município de Assis Chateaubriand e de toda a região próxima. E não poderia ser diferente, afinal o cooperativismo tem como propósito fazer a diferença na vida dos cooperados, colaboradores e de toda a comunidade, tanto econômica quanto socialmente.

Planejamento por etapas 
A base do modelo de negócios coop está na união e na cooperação. É assim que os produtores ganham força organizados em cooperativas. E dessa maneira, atuando juntas, a partir da intercooperação, as coops também podem aumentar o seu ganho de escala e o seu poder de competitividade. E foi justamente assim que a Frimesa, junto com suas cooperativas filiadas e seus cooperados, estruturou em 2015 um planejamento de longo prazo para a área de suínos, após um período de estudos e análises. 

Como a produção estava crescendo, viu-se que valia o investimento na construção de uma nova planta frigorífica, e assim foi feito. Três anos depois, em 2018, foram desenhados projetos com viés técnico, financeiro e econômico, com uma visão até 2023. Era preciso pensar em uma série de pontos importantes, como nos custos para a construção do espaço, nos equipamentos necessários, na constituição de uma equipe especializada, na logística de transporte dos animais e, ao mesmo tempo, fazer projeções dos retornos financeiros para os próximos anos. Para a instalação de unidades produtoras de leitão, as chamadas UPLs, terminadores e fábrica de ração, por exemplo, foram investidos R$2 bilhões pelas coops filiadas e pelos produtores. 

Depois disso, partiu-se para o início das obras das instalações, em 2019, em um terreno de 115 hectares, e o processo se estendeu até dezembro de 2022, quando foi inaugurado o frigorífico, justamente no dia de comemoração do aniversário de 45 anos da Frimesa. Para tanto, foi investido um total de R$3,3 bilhões - R$1,3 bilhão custeado pela central e R$2 bilhões custeados pelas filiadas. Um projeto que contou com tecnologia de diferentes lugares do mundo e será determinante para o futuro da cadeira produtiva de suínos, com metas muito bem definidas, como você pode conferir no box abaixo. 

Todo o processo foi dividido em etapas, pensando nos investimentos, na capacidade de abate, na produção e na rentabilidade. Foram estabelecidos três estágios diferentes, com início em 2023 e uma fase final projetada para 2030. A ideia é chegar neste marco com arrecadação de R$600 milhões em impostos, produção diária de 1,8 mil toneladas e faturamento anual de R$5,7 bilhões no ano. Quem responderá pelo processamento, pela industrialização e, também, pela comercialização da produção será a Frimesa. E as cooperativas filiadas repassarão os resultados aos produtores cooperados. 

 Metas de produção da nova unidade frigorífica

*Primeira etapa – 2023 a 2025 (em curso)  

7,5 mil cabeças / dia 

*Segunda etapa – 2026 a 2028

10 mil cabeças / dia

*Terceira etapa (final) – 2029 a 2030  

15 mil cabeças / dia 

 

Por que escolher Assis Chateaubriand como sede?  
Provavelmente você deve estar se perguntando quais os motivos que levaram à escolha da cidade de Assis Chateaubriand para sediar o novo frigorífico da central. Na verdade, foi um conjunto de fatores, a começar pela grande concentração de produtores de suínos ligados à Frimesa no município e locais próximos, o que facilitaria a logística no transporte dos animais, diminuindo custos e proporcionando qualidade e bem-estar animal. Além disso, a disponibilidade de água para captação foi outro ponto considerado, assim como a mão de obra disponível na região, o acesso a vias de escoamento e o fato de o Paraná ser considerado uma área livre de febre aftosa, após trabalho conjunto do governo com o setor produtivo. 

Localizado a 150 km da sede da Frimesa, em Medianeira, o frigorífico vai promover uma verdadeira onda de desenvolvimento, que já pode ser sentida na prática e deve se intensificar ainda mais ao longo do tempo. Uma oportunidade de geração de trabalho e renda para milhares de pessoas, com impacto significativo na economia local. A expectativa é de que se tenha um aumento médio de 30 a 40% na arrecadação do município. E o número de empregos gerados nesse primeiro ano de funcionamento (2.563), assim como a produção diária registrada em 2023 (3.665 suínos/dia), como sinalizamos no início do texto, já dá indícios claros de que essa previsão deve se concretizar.        

Compromisso com a sustentabilidade (comentário)
Investir em práticas sustentáveis é pauta prioritária para a Frimesa e suas cooperativas filiadas, e a central fez questão de estabelecer compromissos com a sustentabilidade para os próximos 16 anos, com grandes metas a serem atingidas. A ideia é aprimorar os processos para continuar produzindo de forma respeitosa, cuidando do meio ambiente e garantindo produtos seguros e de qualidade ao consumidor. Um fluxo que se estende a todas as suas operações, na gestão e na governança, e também ao campo social, seguindo um conjunto de diretrizes e práticas ESG (sustentabilidade ambiental, social e de governança corporativa - tradução da sigla em inglês). O anúncio com os compromissos e as metas sustentáveis da Frimesa foi feito em agosto de 2023, durante o Fórum ESG, promovido pela própria central, em Curitiba (PR).

No frigorífico - Justamente por isso, o projeto do frigorífico de Assis conta com sistema para reaproveitamento da água e eficiência energética. Além disso, há um olhar atento para os colaboradores, oferecendo conforto térmico e acústico no espaço de trabalho. E no processamento da carne suína, são utilizadas técnicas para diminuir o estresse e garantir o bem-estar dos animais. 

E mais: a planta de suínos utiliza o biometano para flambagem dos animais, uma alternativa de combustível limpo e renovável, que contribui diretamente para a redução das emissões dos gases de efeito estufa. Ele é produzido a partir do biogás, que vem da decomposição de matéria orgânica presente, por exemplo, em dejetos de animais. Retira-se vapor de água, gás carbônico e sulfeto de hidrogênio do biogás para obter o biometano.   

Premiação – E o trabalho que a Frimesa tem feito em direção a uma produção cada vez mais sustentável, com os pilares de transição energética, segurança e descarbonização da cadeia produtiva, foi reconhecido nacionalmente. A central recebeu um prêmio por sua contribuição significativa no desenvolvimento e na inovação do mercado brasileiro de biogás e biometano durante o ano de 2023. A entrega da premiação (Prêmio Melhores do Biogás), promovida pelo Fórum Sul Brasileiro de Biogás e Biometano, ocorreu no último dia 16 de abril, em Chapecó (SC). 

Essa é a terceira vez que a central é reconhecida. Nos anos anteriores, ela foi premiada como melhor Planta/Unidade Geradora de Biogás, e o novo título veio a partir dos investimentos feitos para a geração de energia, principalmente nas unidades de Medianeira e Assis Chateaubriand. O evento foi realizado pelo Centro Internacional de Energias Renováveis (CIBiogás) e pela Embrapa Suínos e Aves e pela Universidade de Caxias do Sul (UCS), com organização da Sociedade Brasileira de Especialistas em Resíduos das Produções Agropecuária e Agroindustrial (Sbera). 

Atuação no mercado interno e externo
Com o investimento em inovação, tecnologia e sustentabilidade, a Frimesa ganha cada vez mais espaço no mercado nacional e, também, pretende ampliar suas vendas para outros lugares no mundo. E a produção do frigorífico de Assis Chateaubriand vai contribuir e muito para esse processo de crescimento, que, na verdade, já está em curso. 

Só em 2023, 82,5% do volume de vendas da central, contabilizadas as produções de suínos e de leite, foram direcionados para o mercado interno, com um portfólio de 510 produtos. São 48 mil clientes ativos e 25 países compradores dos produtos da Frimesa. No último ano, o faturamento chegou a R$6,1 bilhões, com incremento de 11% no comparativo a 2022. E a meta para 2024 é atingir R$7,5 bilhões em receitas.

“Aumentamos consideravelmente os volumes de produção que sustentam as cadeias produtivas. E com a venda de produtos de valor agregado, aumentamos o faturamento em 11%”, destaca o presidente-executivo da Frimesa, Elias José Zydec. As operações nas fábricas de carnes e lácteos cresceram 15,5%, totalizando quase 500 mil toneladas de alimentos produzidos.

“Em 2023, a atividade de carnes representou 72,8% do faturamento total da Frimesa. Os cortes institucionais ou os que são destinados às indústrias transformadoras, atacados e açougues, tiveram mais destaque no portfólio. Além disso, outros lançamentos como linguiça tipo calabresa e variedades nos formatos de bacon também marcaram o ano. Foram 326 produtos totalizados na categoria carne.” (Relatório Anual 2023 - Frimesa)  

Retorno ao produtor - No último ano, o quilo de suíno na Frimesa chegou a R$ 6,51 - valor pago diretamente ao produtor. Para Zydek, esse fator contribui para a sustentabilidade dos negócios na central. “A cooperativa tem um papel social, que é de viabilizar o produtor e as famílias no campo, e os colaboradores. São quase 25 mil pessoas influenciadas por nossa atividade”, ressalta. Só na suinocultura, foram 1.083 produtores integrados em 2023.

 Frimesa em destaque (Relatório Anual 2023)

*1ª em abates de suínos no Paraná

*4ª maior indústria de carne suína do país

*R$ 5,04 bilhões (vendas – mercado interno)

*R$ 1,07 bilhão (exportações) 

*R$ 25,9 milhões investidos em sustentabilidade ambiental (manutenção de sistemas)

*3.272 produtores integrados em 2023 (suínos e leite)

*12.467 mil colaboradores (mais de 50% são mulheres)

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