A primeira semana da COP30 foi marcada por muita troca, soluções práticas e a certeza de que o cooperativismo está no centro das discussões sobre desenvolvimento sustentável. Entre Agri Zone, Green Zone e Blue Zone, as cooperativas brasileiras mostram como a união entre pessoas, territórios e conhecimento pode impulsionar a transição para uma economia mais verde.
Logo no início da conferência, o foco foi o crédito climático. Os debates mostraram que as cooperativas de crédito são peça-chave para levar financiamento acessível aos pequenos negócios e às regiões que mais precisam, especialmente na Amazônia. Dados apresentados ao longo dos debates reforçaram essa relevância: a atuação das coops amplia o alcance das políticas públicas, ajuda produtores a adotarem práticas sustentáveis e fortalece a inclusão produtiva nos territórios.
A Amazônia também ganhou destaque. As conversas deixaram claro que não há bioeconomia sem quem vive, trabalha e preserva a floresta todos os dias. Cooperativas que atuam com cacau, açaí, agroflorestas e cadeias extrativistas mostraram como organização social, tecnologia e conhecimento local estão transformando realidades, tanto na floresta quanto no semiárido. Histórias de recuperação de áreas degradadas, fortalecimento de mulheres produtoras e geração de renda com sustentabilidade inspiraram quem passou pelos painéis.
Na Agri Zone, a primeira semana trouxe exemplos práticos de descarbonização, agroflorestas e restauração produtiva. Modelos que unem produção e conservação apareceram em vários formatos: sistemas agroflorestais consolidados, iniciativas de pagamento por serviços ambientais, rastreabilidade de alimentos e ações de apoio técnico que transformam desafios em oportunidades reais para agricultores familiares.
A semana também marcou a estreia do cooperativismo na Blue Zone, espaço das decisões globais. Ali, foi reforçada a importância das cooperativas para uma transição justa no campo, aquela que considera desigualdades regionais, acesso a recursos, educação e tecnologias. Também houve destaque para projetos que fortalecem pequenas cooperativas amazônicas com inovação, gestão e acesso a mercado, conectando sociobiodiversidade e desenvolvimento territorial.
Modelos de agricultura de baixo carbono, sistemas regenerativos, plantio direto, recuperação de pastagens e integração entre lavoura, pecuária e floresta mostraram que as cooperativas já fazem hoje o que o mundo discute como futuro. Em comum, uma mensagem guiou toda a programação: onde tem cooperativa, tem desenvolvimento sustentável, tem inclusão e tem gente fazendo a diferença no território.
Encerrando a semana, as lideranças reforçaram que o Ano Internacional das Cooperativas é uma oportunidade concreta de ampliar o alcance político e institucional do movimento. Em um momento de grandes desafios globais, o cooperativismo se apresenta como uma força capaz de gerar desenvolvimento com responsabilidade ambiental, inclusão econômica e participação social.
