Está cada vez mais próxima a hora de celebrar o Dia Internacional das Cooperativas de Crédito (DICC) 2024, que acontece, anualmente, na terceira quinta-feira do mês de outubro. A data será comemorada no dia 17, com o tema Um mundo através do financiamento cooperativo.
"O cooperativismo de crédito não se resume a resultados financeiros; ele é um catalisador de mudanças sociais, que transforma vidas e constrói comunidades mais fortes e resilientes. No Dia Internacional das Cooperativas de Crédito, conseguimos reafirmar nosso compromisso com o desenvolvimento sustentável e com a promoção de uma economia mais justa para todos", afirma o presidente do Sistema OCB, órgão de representação máxima do cooperativismo no Brasil, Márcio Lopes de Freitas.
Esse é o dia em que pessoas de todas as partes do mundo se unem para celebrar o que há de melhor nesse ramo do cooperativismo: o jeito especial de colocar as pessoas sempre em primeiro lugar, antes de qualquer aspecto financeiro. É um momento para que todos se lembrem como conseguimos mudar vidas e criar oportunidades ao longo dos anos não apenas para os cooperados, mas para todos a nossa volta.
O DICC existe desde 1948 e, a cada ano, a comemoração que arrecada fundos, realiza eventos e ações de voluntariado, dentre outras diversas atividades que mostram o poder da união e da cooperação. É o dia perfeito para que todos possam se conectar com o espírito cooperativo e ver como esse movimento ajuda na construção de um mundo mais justo e próspero.
Expressão
No Brasil, de acordo com o Anuário do Cooperativismo Brasileiro 2024, as cooperativas de crédito se destacam como uma força expressiva do Sistema Financeiro Nacional (SFN). São mais de 17,9 milhões de associados e 700 cooperativas, que geram 112 mil empregos diretos. O ramo conta com cerca de 9 mil unidades de atendimento, sendo a maior rede de postos físicos do país. E, em mais de 300 municípios, as cooperativas de crédito são a única instituição financeira fisicamente presente.
Os indicadores financeiros indicam ativos que totalizam R$ 809 bilhões em 2023 e as sobras do exercício alcançaram R$ 15 bilhões. Elas fortalecem a economia ao mesmo tempo em que promovem o bem-estar social. Além disso, demonstram sua relevância no SFN com R$ 421 bilhões em depósitos totais e R$ 388 bilhões em operações de crédito, com destaque em pilares como desenvolvimento e qualidade de vida.
Já no mundo, de acordo com o Woccu, 87,9 mil cooperativas de crédito são representadas pela entidade. Elas estão distribuídas em 118 países e contam com mais de 393 milhões de associados. Ainda de acordo com o documento, o segmento congrega, 12,64% da população economicamente ativa.
Saiba Mais:
https://www.somos.coop.br/noticias/coops-de-credito-tem-a-maior-rede-de-atendimento-fisico-do-pais?highlight=WyJkaWNjIl0=
https://www.somos.coop.br/noticias/coops-de-credito-impulsionam-negocios?highlight=WyJkaWNjIl0=
#CliqueConsciente busca educar e proteger contra aumento de tentativas de fraude
Os avanços tecnológicos, a digitalização da economia e as mudanças nos hábitos de consumo trazem muitos benefícios para a sociedade como um todo, mas também desafios significativos. Um deles envolve as fraudes digitais que têm aumentado muito nos últimos tempos. No Brasil, para se ter uma ideia, a cada 3,2 segundos, uma nova tentativa de golpe financeiro acontece.
Um estudo da ClearSale, empresa especialista em inteligência de dados para a prevenção de crimes financeiros, revela que, na primeira metade de 2024, foram mais de 1 milhão de tentativas de fraude, que somam R$1,2 bilhão e deixam a sensação de insegurança digital como uma constante para todos nós.
Diante dessa realidade, cooperativas de crédito de todo o país decidiram agir. Elas ressaltam que a união, princípio básico do coop, é a melhor forma de enfrentar o desafio e assim nasceu a campanha #CliqueConsciente Juntos por Mais Segurança Digital.
A iniciativa é uma mobilização para fortalecer a importância da proteção no mundo digital, desde o momento em que um alerta de prevenção chega até você, até a orientação clara sobre como identificar e reagir a um golpe. Por meio da intercooperação, mais de 10 cooperativas de crédito brasileiras trabalham para criar uma barreira sólida de proteção e combate aos golpes digitais.
Elas estão comprometidas em transformar o conhecimento sobre segurança digital em algo acessível e prático para todos. É como se cada cooperativa fosse uma peça que colabora com a imagem de proteção e confiança para seus cooperados.
"Temos que aculturar, cada vez mais, os nossos cooperados para lidarem de forma segura com o mundo digital, sendo capazes de entender qual o papel da instituição financeira, como fazer um bom uso dos recursos de segurança e, principalmente, identificar uma situação suspeita que pode culminar em fraude ou golpe", explica Fábio Fekete de Noronha, da superintendência de Segurança Corporativa do Centro Administrativo Sicredi, de Porto Alegre.
A campanha não é só sobre informar, é sobre transformar. De agora até janeiro de 2025, serão enviadas dicas, ferramentas e orientações sobre como se prevenir, detectar e agir em casos de fraudes. A divulgação será feita por meio de diversos canais, como redes sociais, WhatsApp, e-mail marketing e e-books. O lançamento acontece nesta quinta-feira (8) durante o 15º Congresso Brasileiro do Cooperativismo de Crédito (Concred), em Belo Horizonte, evento que reúne mais de 5 mil participantes para discutir o futuro do segmento no país entre os dias 7 e 9 de agosto.
Mais que um modelo econômico, o cooperativismo é um estilo de vida compartilhado por pessoas com o propósito de construir um mundo melhor para todos. Também conhecido como coop, o movimento surgiu no Século 19, na Inglaterra, em um contexto econômico de alta inflação, desemprego e em processo de automatização de tarefas que antes eram realizadas por pessoas.
Da crise, veio a necessidade da cooperação: a solução encontrada por um grupo de tecelões da cidade de Rochdale foi se juntar para comprar mercadorias, estocá-las e vender aos membros do grupo por preços mais justos, criando a primeira cooperativa da história.
O modelo deu origem ao que hoje chamamos de economia compartilhada, em que todos os membros são iguais tanto em hierarquia e responsabilidades quanto em vantagens. Mas o cooperativismo é bem mais que isso, segundo Tania Zanella, superintendente do Sistema OCB, a organização que representa o coop no Brasil.
“Somos o enlace de pessoas unidas para a construção de um bem social comum, atuamos a favor de uma vida mais justa e próspera para todos e por um modelo de negócio que promova o desenvolvimento das comunidades, com inclusão econômica e social”, explica.
O modelo cooperativista foi desenvolvido em torno de sete princípios, que funcionam como diretrizes para orientar a atuação de todas as cooperativas, o lugar onde o coop acontece.
Sete Princípios do Cooperativismo 1- Adesão livre e voluntária. 2- Gestão democrática. 3- Participação econômica. 4- Autonomia e independência. 5- Educação, formação e informação. 6- Intercooperação. 7- Interesse pela comunidade. |
O cooperativismo na prática
Traduzindo os princípios, qualquer pessoa pode se tornar um cooperado, com igual direito de voz e voto. Esse cooperado é, ao mesmo tempo, dono do negócio e beneficiário ou destinatário do bem ou serviço oferecido.
Essa lógica faz da cooperativa um agente coletivo que, portanto, não retém em si investimentos, servindo apenas como meio de campo neutro – um facilitador entre o bem ou serviço e o mercado consumidor. “Isto, considerando que, agindo sozinho, esse cooperado teria mais dificuldades em alcançar seu público-alvo”, reforça Tania Zanella.
Equilíbrio econômico e social
Historiadores e cientistas sociais afirmam que a vida em comunidades é, desde as cavernas, uma necessidade do ser humano como meio de sobrevivência. Por essência, valores como honestidade, transparência, responsabilidade social e preservação do meio ambiente para o desenvolvimento sustentável, vistos como qualidades que possibilitam o relacionamento e a convivência, já estão na raiz do cooperativismo.
No Brasil, o movimento surgiu em 1889, com a Cooperativa Econômica dos Funcionários Públicos de Ouro Preto, em Minas Gerais. Outro marco para o coop brasileiro ocorreu em 1902, quando o padre Theodor Amstad fundou a Sicredi Pioneira – primeira cooperativa de crédito do país.
Foram anos de avanços para produzir cada vez mais e melhor, atendendo às demandas da população, com foco no cuidado com as pessoas, no compromisso com as comunidades e respeito à natureza.
Atualmente, segundo dados do Anuário do Cooperativismo Brasileiro 2024, o país tem 4.509 cooperativas, que reúnem 23,4 milhões de cooperados. As cooperativas atuam em diferentes setores da economia, organizadas em sete ramos: Agropecuário, Consumo, Crédito, Infraestrutura, Saúde, Trabalho, Produção de Bens e Serviços; e Transportes.
Em cada segmento, uma cooperativa puxa a outra, em um movimento de progresso e com resultados compartilhados também com as comunidades onde estão inseridas.
Coop em números 4.509 cooperativas no Brasil + de 23,4 milhões de cooperados + de 550 mil empregos gerados R$ 692 bilhões de ingressos gerados em 2023 |
Mentalidade sustentável
A evolução do cooperativismo ao longo do tempo não se deu apenas na quantidade de cooperativas e cooperados. Em todo o mundo, o coop se consolidou como um modelo de produção moderno e inovador e agregou preocupações alinhadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU) e aos pilares ESG - ambientais, sociais e de governança.
“Esta é uma nova fase da humanidade. Novas gerações chegam com novas maneiras de viver e se relacionar com as pessoas e com o mundo. Observar essas transformações constantes faz compreender que o cooperativismo sempre teve tudo a ver com esse novo mindset sustentável e plural e está, portanto, a um passo do futuro”, afirma Tania Zanella.
Cooperativismo do futuro
Seguir em frente nesse caminho para seguir construindo o cooperativismo do futuro requer planejamento. Em maio, durante o 15º Congresso Brasileiro do Cooperativismo (CBC), foram traçadas as diretrizes estratégicas para os próximos cinco anos. Passos como a promoção da cultura cooperativista e difusão do movimento em todos os níveis foram pensados no contexto de formação de uma consciência coletiva.
“As diretrizes expressam um posicionamento uniforme e harmônico importante para que, nesse tempo de ação, se tenha um cooperativismo em crescimento sustentável, inovador e inclusivo. Isso faz das coops, protagonistas na construção de um futuro mais justo e cooperativo”, explica Tania Zanella.
Capilaridade e presença
O cooperativismo é diversificado e plural. As cooperativas produzem bens e serviços que atendem às necessidades de pessoas, empresas, governos e outras organizações. Estamos em 3.080 municípios brasileiros (55,3% do total), com mais de 9 mil postos de atendimento.
Segundo dados do AnuárioCoop, as cooperativas brasileiras produziram R$692 bilhões em resultados em 2023. Além disso, gerou mais de 550 mil empregos, com impactos diretos na economia dos municípios em que as coops estão presentes.
No mesmo período, o cooperativismo foi responsável por destinar R$31 bilhões para salários e outros benefícios destinados a colaboradores, número que reflete o crescimento da força de trabalho do coop e o investimento contínuo em recursos humanos.
O cooperativismo está presente na vida dos brasileiros de diferentes maneiras:
- No supermercado, na padaria, nos alimentos que chegam à sua mesa, como feijão, café e vegetais.
- Nos hospitais e clínicas de referência.
- Nos investimentos dos rendimentos financeiros.
- Nas estradas que levam produtos até você ou permitem aquela viagem de férias.
- No campo, gerando valor de bens sustentáveis para consumo.
- No mercado de trabalho, com oportunidades dignas e justas.
Para identificar tudo isso, é só procurar o carimbo SomosCoop, a marca registrada das cooperativas brasileiras.
Quer conhecer mais sobre o cooperativismo?
Acesse o e-book disponibilizado pelo Sistema OCB e veja como as cooperativas estão organizadas e estruturadas em torno de ideias de sustentabilidade e geração de emprego e renda de modo justo para todos.
A leitura vale a pena e você ainda fica sabendo o passo a passo para montar a sua cooperativa.
Uma vida dedicada ao cooperativismo O cooperativista José da Paz Cury, consultor e professor da Faculdade Unimed, tem sua própria definição de cooperativismo: “Não é ajuda, em que você faz algo pelo outro. Trata-se de apoio mútuo, porque juntos fazemos um com o outro”, afirma.
Há cinco décadas, o administrador especializado em psicologia social estuda os desafios e vantagens do cooperativismo e, segue, aos 79 anos, dando cursos e palestras sobre o tema. O movimento é algo que ele vivencia até dentro de casa: em julho de 2024, José Cury completa 50 anos de casamento com a esposa Maria Eugênia, longevidade que ele atribui ao fato de ambos terem a conduta cooperativa de evitar conflitos. Segundo Cury, o cooperativismo precisa chegar a mais brasileiros e algumas estratégias para isso são mais investimentos em educação cooperativista e intercooperação. “A nossa cultura privilegia a competição como postura de sucesso, quando na realidade a sobrevivência humana, desde os primórdios do ser humano, se deu pela cooperação”, pondera o professor. |
Movimento congrega 23% da população ocupada do país e emprega 550 mil profissionais
Cada vez mais forte e representativo! Em 2023, o cooperativismo brasileiro alcançou o número de 23,45 milhões de cooperados, o que significa que mais de um em cada dez habitantes faz parte do movimento. Além disso, engloba 23% da população ocupada, emprega 550.611 profissionais e sua movimentação financeira alcançou R$ 692 bilhões. Como modelo de negócios do presente e do futuro, o coop está em plena ascensão e visto como uma das melhores opções para produzir e oferecer serviços de qualidade, garantir renda, desenvolvimento social e prosperidade para pessoas, comunidades e, consequentemente, todo o país.
As informações podem ser comprovadas no Anuário do Cooperativismo Brasileiro 2024, divulgado nesta quarta-feira (31). No total, são 4.509 cooperativas espalhadas por 1.398 municípios, com a maior concentração no Ramo Agropecuário, que soma 1.179 coops, e na região Sudeste, com 1.605, enquanto a Nordeste aparece em segundo (856) e a Sul em terceiro (825). As regiões Centro-Oeste e Norte abrigam 619 e 504 coops respetivamente. A distribuição por gênero dos cooperados se manteve estável em 2023. A participação feminina permanece em 41% contra 59% dos homens. Os principais ramos em que elas atuam continuam sendo Consumo (45%), Crédito (43%), Saúde (46%) e Trabalho, Produção de Bens e Serviços (55%).
O número de empregos diretos criados por conta do movimento cresceu 5%, passando de 524.322 em 2022 para 550.611 em 2023. O resultado é bastante expressivo especialmente em comparação com o número de empregos registrados no Brasil como um todo. Enquanto o país, registrou redução de 27,52% no saldo de empregos formais entre 2022 e 2023, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), o cooperativismo apresentou resultado positivo no mesmo período. Na distribuição por gênero, o número de mulheres empregadas atingiu 52% do total, índice que era de 49% em 2021.
Outro destaque do AnuárioCoop é a movimentação financeira do coop que somou R$ 692 bilhões, um aumento de 6% em relação a 2022. Em ativos totais, o setor atingiu R$ 1,16 trilhão, 17% a mais que no ano anterior. O capital social também cresceu 17%, atingindo R$ 94 bilhões. As sobras do exercício chegaram a R$ 38,9 bilhões e as cooperativas contribuíram com mais de R$ 33,9 bilhões em tributos, além de R$ 31,7 bilhões em salários e benefícios.
No cenário internacional, o cooperativismo brasileiro também brilha. Com o apoio da ApexBrasil, as cooperativas somaram US$ 8,3 bilhões em exportações em 2023, representando 2,5% de tudo o que o Brasil vendeu ao exterior. E no agronegócio, 7,1% das exportações foram feitas por cooperativas. Carnes de aves, soja triturada, café não torrado, óleo de soja e carne suína são os principais produtos exportados pelas cooperativas, que estão, em sua maioria, nas regiões Sul e Sudeste.
É ou não é uma história de sucesso? O cooperativismo continua a crescer, fortalecendo nossa economia e trazendo prosperidade para milhões de brasileiros. Vem ser coop também!
Saiba mais:
https://www.somos.coop.br/noticias/5-coisas-que-o-cooperativismo-faz-por-um-futuro-melhor
https://www.somos.coop.br/noticias/cooperativismo-%C3%A9-um-neg%C3%B3cio-moderno,-atual-e-inovador
https://www.somos.coop.br/noticias/consumidor-consciente-compra-de-cooperativas
Assim como as pessoas, as marcas e os negócios são feitos de histórias. Histórias que emocionam, surpreendem e fazem o público se conectar com uma empresa, produto ou instituição. A partir dessa premissa, muitas organizações têm usado a técnica do storytelling em seus produtos de comunicação para humanizar a marca e fortalecer seus valores.
No cooperativismo, não faltam boas histórias para contar - seja do surgimento de uma cooperativa, de inovações criadas por elas a partir das crises, da trajetória de seus cooperados e colaboradores e, é claro, do impacto que uma coop gera na sua comunidade. O cooperativismo pode inspirar e emocionar: é matéria-prima rica para um bom storytelling, daquele tipo que fala o que o público quer ouvir.
Muito explorado pela indústria do entretenimento para capturar a atenção e engajar o público, esse conjunto de técnicas passou a ser absorvido nos últimos anos pelo mundo empresarial.
“Esse interesse vem do desafio crescente em conseguir a atenção das pessoas, tanto dos consumidores quanto dos públicos internos de uma organização. Com cada vez mais conteúdos e telas disponíveis, as pessoas ficam dispersas. Por outro lado, quando uma história é realmente boa, nós prestamos atenção e nos envolvemos”, explica Bruno Scartazzoni, fundador da consultoria StoryTalks e pioneiro do storytelling corporativo no Brasil. Ele é o tradutor para o português do best-seller The Storyteller´s Secret, de Carmine Gallo, e com sua empresa oferece treinamento e consultoria para que marcas e pessoas se comuniquem melhor por meio do storytelling.
Além de contar a história do negócio de forma linear e tradicional, o storyltelling pode passar a mesma mensagem que a organização precisa transmitir a partir de outros pontos de vista, seja do cliente, do parceiro, do cooperado ou da comunidade.
Multiplataforma
O Sistema OCB também tem explorado o storytelling em seus produtos de comunicação em diferentes plataformas e formatos. Um dos lançamentos recentes foi o podcast PodCooperar, que retrata, por meio da narrativa em áudio, histórias reais de quem teve a vida transformada pelo cooperativismo. São oito episódios, cada um dedicado a um ramo, que trazem como protagonistas cooperados, empregados de coop ou pessoas comuns que foram beneficiadas pelo trabalho ou serviço oferecido por uma cooperativa.
A catadora de reciclados Maria Eneide, o médico Garibaldi Júnior e a motorista de caminhão Flávia Reis são alguns dos protagonistas da série que, literalmente, traz a voz do movimento para os ouvidos do público. O cooperativismo, apesar de ser o agente de transformação de todas as histórias, dá lugar para que as pessoas sejam as protagonistas da narrativa, com suas trajetórias, dores e vivências que emocionam e conectam a audiência.
Bruno Scartazzoni lembra que bons storytellings também ajudam o público a modificarem suas próprias jornadas e enfrentarem as dificuldades do dia a dia. “Histórias são sempre sobre personagens se transformando para vencer obstáculos e alcançar objetivos. Nós nos identificamos com histórias porque criamos empatia por esses personagens, e também porque essa estrutura é um tipo de ‘resumo da vida’”, diz.
Além dos produtos em formato podcast, outra ação de peso do Sistema OCB baseada no storytelling é a série Somos Coop na Estrada, que já está na sua terceira temporada. Apresentada pela jornalista Glenda Kozlowski, a websérie percorre os estados brasileiros para mostrar o cooperativismo na prática, com histórias de transformação de Norte a Sul do país.
A websérie já rodou mais de 24 mil quilômetros e visitou 21 cooperativas em mais de 360 horas de estrada para que o grande público conheça o poder de cooperar. Os últimos episódios, lançados em maio, percorrem caminhos que contam potentes histórias do nosso coop em Pernambuco, Sergipe, Paraíba, Rio de Janeiro, Mato Grosso e Espírito Santo.
“O consumidor contemporâneo tem valores sintonizados com os que uma cooperativa busca, como foco nas pessoas, na busca por sustentabilidade e na valorização das comunidades onde se insere. É fundamental que a nossa comunicação valorize esse diferencial e a nossa história para gerar identificação com esse público e aumentar a percepção de valor das nossas coops”, recomenda a gerente Comunicação e Marketing do Sistema OCB, Samara Araujo.
Para as coops que querem aplicar as técnicas do storytelling na sua comunicação, as possibilidades são múltiplas. Além do tradicional “Quem somos” do site institucional, essa narrativa pode estar presente em diferentes produtos e ações.
“Isso pode ser aplicado em uma campanha publicitária, nas mídias sociais, no site, na vitrine de uma loja e até em uma simples apresentação de PowerPoint. As aplicações são infinitas”, aponta Bruno.
A força da família
A força do cooperativismo brasileiro se traduz em números, mas também na riqueza da sua gente. Uma das gigantes do nosso coop está presente em mais de 700 municípios brasileiros, possui um mix com mais de 850 produtos e figura entre os três principais grupos industriais de proteína animal do Brasil. Mas a Aurora Coop, cooperativa central que reúne 14 coops do agro nos estados de Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul, optou por fortalecer na sua estratégia de comunicação aquilo que tem de mais valioso: as pessoas.
“Nosso direcionamento é valorizar e contar histórias das nossas mais de 100 mil famílias, no campo ou nas nossas unidades espalhadas pelo Brasil. São as pessoas que conectam no nosso dia a dia a imagem que queremos passar ao mercado, e de como conduzimos os negócios e quais são os nossos pontos de atenção”, destaca a gerente de Comunicação da Aurora Coop, Jaqueline Schimidt.
Em 2020, a marca se reposicionou no mercado adicionando o nome “Coop” à marca central. Além disso, passou a utilizar, em todos os produtos, o selo Somos Coop com a frase “100 mil famílias cuidando da sua”, em alusão aos cooperados e colaboradores que constroem o negócio, diariamente
“A comunicação seja interna com os colaboradores ou institucional para o mercado, sempre usa personagens reais, carregados da nossa força, que sabem quem somos e falam com propriedade da nossa essência”, aponta Jaqueline.
Recentemente, a organização lançou a série especial documental “Um sistema feito por pessoas”, em comemoração ao aniversário de 54 anos. O conteúdo conta como são as etapas e processos de produção - do campo à mesa -, mas narrados a partir das pessoas que os realizam e escrevem a história da marca. A série está disponível nas redes sociais da Aurora Coop.
Seja no agro ou em qualquer outro ramo, o cooperativismo tem todos os elementos que o storytelling prescinde para construir uma boa narrativa. “No cinema vemos vários exemplos de boas histórias nas quais um grupo de pessoas luta por um objetivo comum. Um exemplo seria o livro e filme campeão de bilheteria, O Senhor dos Anéis. Nesse sentido, não é muito diferente de contar a história de um grupo de pessoas que gerenciam um negócio de forma coletiva. Nesse tipo de história, objetivos individuais são obstáculos que precisam ser superados para um objetivo comum”, compara Bruno.