Em comemoração ao Dia das Crianças, o Sistema OCB, órgão de representação máxima do cooperativismo no Brasil, apresenta, nesta sexta-feira (11), a solução Jogar+Aprender, uma iniciativa que faz parte o eixo estratégico CulturaCoop responsável por difundir a cultura e a comunicação do movimento em diversas frentes. Este novo projeto é voltado para crianças e jovens e oferece uma maneira divertida e criativa de aprender sobre cooperativismo, cidadania, sustentabilidade, cooperação, segurança digital e até mesmo como se preparar para o primeiro emprego!
Com uma variedade de materiais educativos, como jogos digitais, vídeo-animações e atividades interativas, a iniciativa busca tornar o aprendizado mais envolvente e instigante. Cada faixa etária tem acesso a conteúdos adaptados para manter o interesse ativo das crianças e jovens, com opções que incluem também pinturas, labirintos e caça-palavras. E mais, a Jogar+Aprender promete evoluir constantemente, oferecendo novas possibilidades para ser um espaço de aprendizado alinhado com as mudanças tecnológicas e as novas competências que a sociedade exige.
O movimento cooperativista acredita que os pais e educadores também são parte importante desse processo. Por isso, a Jogar+Aprender oferece vídeos com dicas sobre como garantir a segurança dos filhos enquanto eles jogam online e navegam pela internet. Aborda ainda questões como o bem-estar emocional das crianças em situações como o bullying digital, por exemplo. Para os professores, a solução disponibiliza cursos focados em habilidades de comunicação e gestão de conflitos, além de guias práticos para integrar os materiais nas aulas e enriquecer a troca de experiências.
“A Jogar+Aprender destaca que o nosso modelo de negócios é uma excelente alternativa para um mundo mais sustentável e demonstra a importância de levar os benefícios da cooperação às novas gerações. A abordagem escolhida ensina, desde cedo, sobre os valores cooperativos e prepara cidadãos mais conscientes e engajados”, destaca o presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas.
Jogos educativos
A Jogar+Aprender está disponível na Capacitacoop, plataforma de aprendizagem online do cooperativismo brasileiro e, entre as novidades, conta com dois jogos interativos e exclusivos: Onde Está Eliza? e CoopCity. O primeiro, é uma versão do famoso jogo Onde Está Wally? e estimula a observação e a concentração. Já o CoopCity permite que os jogadores explorem uma cidade virtual organizada em torno de cooperativas, que utiliza a plataforma Roblox para explicar o cooperativismo de maneira divertida.
O desafio de Onde Está Eliza? é encontrar personagens e objetos escondidos, com a protagonista inspirada em Eliza Brierley, a primeira mulher a se juntar a uma cooperativa no mundo. O jogo tem três cenários com níveis de dificuldade, cada um apresentando um aspecto diferente do cooperativismo e a busca por um mundo melhor.
São três cenários com diferentes níveis de dificuldade para encontrar os objetos pré-definidos. No primeiro, Contando a História, Eliza está em uma escola, onde uma exposição e feira do cooperativismo está sendo realizada. Em cada estande, personagens e profissionais representam os mais diversos ramos do cooperativismo.
Já no segundo nível, existe uma comunidade vibrante de cooperativas que trabalham juntas para promover o bem-estar coletivo e a prosperidade mútua. No terceiro, Transformando a Cidade, Eliza busca o apoio de pessoas para transformar a cidade num movimento cooperativista diferenciado, ajudando a comunidade e as cooperativas a conseguirem gerar mais valores e fazer uma cidade melhor.
O CoopCity, por sua vez, é um jogo de simulação que representa uma cidade composta por diversas cooperativas. O jogador assume o papel de um cooperado, podendo atuar em diferentes ramos de atividade, com o objetivo de fortalecer o cooperativismo e promover o desenvolvimento da cidade por meio das melhorias conquistadas. A cada escolha, o jogador descobre uma nova forma de mudar o mundo a partir do trabalho coletivo e colaborativo.
Acesse a Aprender+Jogar em https://capacita.coop.br/jogar-mais-aprender
Desempenho reafirma força do movimento na economia brasileira
Na 51ª Edição do Prêmio Melhores e Maiores 2024, realizado pela Revista Exame, as cooperativas brasileiras deram um show e mostraram que estão com tudo. Entre as 1.000 empresas premiadas em 15 categorias, 20 cooperativas se destacaram. As análises levaram em conta três critérios importantes: os resultados contábeis-financeiros de 2023; o crescimento das receitas nos últimos cinco anos; e aspectos como diversidade, indicadores sociais, governança e questões ambientais. Tudo com a ajuda do Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (Ibmec) para garantir a precisão e imparcialidade dos dados.
O cooperativismo não só participou, mas brilhou com um desempenho excepcional em 2023. O setor encerrou o ano com nada menos que R$ 715,6 bilhões em ativos totais e registrou um crescimento impressionante de 21,2% em relação a 2022. No ranking da Exame, as cooperativas foram a modalidade com o melhor desempenho anual em ativos. Entre as estrelas do show estão o Sicredi na 32ª posição, Coamo em 50º e Sicoob em 64º. Elas não são apenas grandes, mas também são exemplos de sucesso e mostram a força do cooperativismo no cenário econômico do país.
Márcio Lopes de Freitas, presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras, entidade de representação máxima do cooperativismo no Brasil, está orgulhoso. Para ele, essa conquista é um verdadeiro selo de qualidade para o cooperativismo. “Ver 20 cooperativas entre as maiores empresas do país, com destaque para o crescimento sustentável e o impacto social, mostra que estamos no caminho certo. O resultado comprova a importância desse modelo de negócios que gera valor econômico e transforma comunidades, promove prosperidade e desenvolvimento humano. O futuro do Brasil passa pelo cooperativismo”, afirmou.
O Prêmio
O Prêmio Maiores e Melhores é promovido pela revista Exame há mais de 50 anos. Para definir os vencedores, o veículo observa as mudanças que formaram o cenário econômico do Brasil e do mundo, além de analisar o desenvolvimento profissional e empresarial do país em frentes como educação, investimento e eventos.
A edição completa da revista Maiores e Melhores 2024 pode está disponível para download aqui.
Segundo o World Cooperative Monitor, a maior cooperativa de saúde do mundo é brasileira. O Sistema Unimed é um sistema cooperativo de médicos espalhado por todo o Brasil e que busca cuidar da saúde das pessoas, sempre com sustentabilidade econômica.
A rede de cooperativas médicas destacou-se com um tamanho de negócios duas vezes maior que o da segunda colocada, conforme os dados extraídos pela Aliança Cooperativa Internacional (ACI) e pelo Instituto Europeu de Pesquisa em Cooperativas e Empreendimentos Sociais (Euricse).
O Sistema Unimed também está entre os maiores grupos cooperativistas do mundo, considerando a relação entre receitas e PIB per capita dos países. Saiba mais sobre o Sistema Unimed, referência mundial em seu setor!
O que é o Sistema Unimed
O Sistema Unimed surgiu no fim da década de 1960, em uma época em que o atendimento médico no Brasil enfrentava alguns desafios. Devido às transformações da previdência social, houve uma queda na qualidade dos serviços médicos, além do surgimento das seguradoras de saúde, que mercantilizaram a medicina e limitavam a liberdade de atuação dos profissionais da área.
Nesse contexto, surgiu a primeira cooperativa de trabalho na área de medicina das Américas: a União dos Médicos – Unimed, fundada em Santos (SP), em 1967. A iniciativa partiu do ginecologista obstetra Edmundo Castilho e de um grupo de médicos que queria fugir da intermediação das empresas. O objetivo era respeitar a autonomia dos profissionais e de seus atendimentos.
Modelo de negócios cooperativista e inovador
Como você deve saber, o cooperativismo é a união de pessoas que têm um objetivo comum entre si. No caso do Sistema Unimed, o denominador comum era construir uma operação em que os médicos tivessem liberdade para atuar da melhor forma possível.
O diferencial do cooperativismo, além da gestão democrática, é a preocupação e a integração com a sociedade. Esse princípio também é adotado no Sistema Unimed, que escolheu esse modelo pensando na autonomia do trabalho dos médicos visando um melhor atendimento aos pacientes.
Dados gerais sobre o Sistema Unimed
Atualmente, o Sistema Unimed está presente em 84% do Brasil, com 340 cooperativas espalhadas pelo país, e mais de 29 mil hospitais, clínicas e serviços credenciados. Dentre esse número, 157 são hospitais próprios, além das unidades de pronto atendimento, laboratórios e centros de diagnósticos.
Na equipe de profissionais, o Sistema Unimed conta com 117 mil médicos cooperados, que equivalem a 21% dos médicos do Brasil. Além disso, o sistema possui 38% de participação no mercado nacional de planos de saúde e já gerou 143 mil empregos diretos. O Sistema Unimed também atende quase 20 milhões de clientes.
A estrutura operacional: como o Sistema Unimed se organiza
O Sistema Unimed é dividido em instituições de primeiro, segundo e terceiro grau. As de primeiro grau compreendem as Singulares, que são as organizações responsáveis pela prestação de serviços aos pacientes. Elas são constituídas pelos médicos e podem atuar em um ou mais municípios.
As Federações são instituições de segundo grau, que tem como objetivo prestar serviços, monitorar atividades e representar as Singulares associadas no âmbito político-institucional, além de poder operar planos de saúde. A organização por meio das Federações visa padronizar os procedimentos e estimular a troca de experiências entre as coops de um mesmo estado.
A Central Nacional Cooperativa Única também é uma instituição de segundo grau, que é constituída por Federações e Cooperativas Médicas Singulares de Trabalho Médico Unimed e, excepcionalmente, por uma Central Cooperativa Odontológica. O intuito dessa organização é operar planos de saúde, se atentando às normas de comercialização e prestação de serviço para as cooperativas associadas.
A Confederação Nacional Única é uma instituição de terceiro grau, composta exclusivamente por Federações e pela Cooperativa Central Nacional. Essa organização presta serviços às instituições de segundo grau e às Singulares, assim como representa a marca Unimed em todo território nacional no quesito político-institucional.
Sistema Unimed: uma gigante da saúde brasileira
O atendimento das cooperativas de saúde brasileiras é muito elogiado e já recebeu diversas premiações. E dentre as 25 operadoras que alcançaram a nota máxima do Índice de Desempenho da Saúde Suplementar da ANS em 2023, 20 são do Sistema Unimed.
O diferencial do sistema vai além da sua rede de hospitais, clínicas e laboratórios. A Unimed Brasil investe constantemente em inovação e capacitação visando oferecer as melhores condições aos seus pacientes.
Marca Unimed: cooperativismo top of mind
O sucesso do Sistema Unimed se reflete diretamente na percepção dos cooperados e pacientes, sendo uma das primeiras marcas que vem à mente de muitas pessoas quando o assunto é cooperativismo. O Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) considera a marca da Unimed de alto renome, dada sua qualificação e tradição no mercado.
O Sistema Unimed também recebeu outras premiações que comprovam sua posição de destaque na mente do público. Em 2023, o plano de saúde da Unimed foi escolhido pela 31ª consecutiva como o plano de saúde mais lembrado pelos brasileiros, pela Folha Top of Mind.
A marca de planos de saúde também foi eleita pela 21ª vez consecutiva como a mais confiada pelos brasileiros, de acordo com uma pesquisa realizada pela revista Seleções em parceria com o Instituto Datafolha.
Liderando a inovação no setor de saúde
O investimento em inovação é um grande diferencial do Sistema Unimed. A rede cooperativa foi destaque na TOP Open Corps 2023, premiação que reconhece as corporações líderes em inovação aberta no país. Na ocasião, a Unimed ficou em primeiro lugar, pela terceira vez consecutiva, no Top 10 Serviços de Saúde.
Um fator que auxilia o desenvolvimento de iniciativas inovadoras são as parcerias do Sistema Unimed com startups, como forma de investimento em soluções tecnológicas. A rede cooperativa está conectada com 110 startups, com um volume de R$ 30 milhões em negócios por ano.
Além disso, o Sistema Unimed está constantemente investindo em projetos que envolvem analytics, big data e inteligência artificial. Com essas ferramentas, o sistema pode agilizar a autorização de procedimentos, detectar fraudes nos recibos e até monitorar as condições clínicas dos pacientes.
Conclusão
Com quase 255 mil associados, o sistema de saúde cooperativista no Brasil vem crescendo a cada ano e está presente em 90% do país, atendendo mais de 25 milhões de pacientes por ano. O cooperativismo de saúde brasileiro ocupa liderança mundial e é um exemplo de como cooperativas podem ser um modelo de negócio de sucesso.
O Sistema Unimed não apenas se destaca como a maior cooperativa de saúde do mundo, mas também exemplifica a força e a inovação que o cooperativismo brasileiro pode oferecer.
Com uma história rica e uma rede de profissionais e instituições que abrangem todo o país, a Unimed demonstra como a colaboração e o cooperativismo podem transformar o setor de saúde, proporcionando acesso a cuidados de qualidade e promovendo o bem-estar coletivo.
O termo ESG – sigla em inglês para Ambiental, Social e Governança – tornou-se reconhecido globalmente há 20 anos, quando a ONU publicou, em conjunto com instituições financeiras, o relatório "Who Cares Wins" (“Quem se importa, ganha”, em tradução literal do inglês). O texto conta com recomendações práticas e princípios que devem orientar as organizações. Segundo a Global Sustainable Investment Alliance, mais de 30 trilhões de dólares foram investidos em ESG por todo o planeta em 2022.
As diretrizes ESG e o cooperativismo possuem convergências naturais entre si. O modelo de negócio preza pelo desenvolvimento local de forma sustentável, pela preocupação social e pela gestão coletiva e transparente, aproximando-se das três dimensões do movimento ESG.
As cooperativas brasileiras querem mostrar ao mundo seus cases de desenvolvimento sustentável. As organizações do setor pretendem levar a pauta cooperativista à Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP29), que acontecerá em Baku, no Azerbaijão, entre 11 e 24 de novembro.
Conheça a seguir exemplos de cooperativas brasileiras que aplicam conceitos ESG em seus três pilares: Ambiental, Social e Governança.
Ambiental
O “E” de ESG representa o aspecto Ambiental (Environmental, em inglês). Boas práticas nesse sentido incluem adotar medidas preventivas contra desafios ambientais, como as mudanças climáticas, e trabalhar pelo desenvolvimento de tecnologias sustentáveis.
Letra Financeira sustentável é reconhecida internacionalmente
O Sicredi, um sistema de cooperativas de crédito, tornou-se pioneiro ao emitir, em 2022, a primeira Letra Financeira Pública Sustentável do Brasil. A operação contou com apoio da companhia holandesa Sustainalytics, especializada em projetos ESG.
A Letra Financeira captou R$ 780 milhões em recursos convertidos para projetos de sustentabilidade. Cerca de 40% do montante (R$ 312 milhões) foi repassado a iniciativas de energia sustentável, majoritariamente solar. O restante foi alocado na geração de empregos, através do financiamento de micro, pequenas e médias empresas lideradas por mulheres – beneficiadas com 30%, R$ 234 milhões – ou localizadas em municípios com Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) abaixo da média nacional – contempladas com os outros 30%.
O Sicredi foi premiado pelo projeto no Global SME Finance Awards 2023, na categoria “Título Sustentável do Ano”. A Letra Financeira ainda recebeu menção honrosa em “Melhor Financiador para Mulheres Empreendedoras”.
Sicoob Credip fortalece cafeicultura de produtores locais em RO
A Credip, uma das cooperativas do sistema financeiro Sicoob que atua em Rondônia, colaborou com o desenvolvimento da cafeicultura no estado. A região atualmente convive com problemas ambientais – por exemplo, mais de 1.800 focos de queimadas foram registrados apenas em setembro, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Em meio a esse cenário, a agricultura local orientada por inteligência da Credip aparece como exemplo de produtividade sustentável.
Os pequenos produtores são orientados por estratégias que os ajudam a não se tornarem potenciais desmatadores. A Credip deu suporte financeiro aos avanços científicos que permitiram a elaboração de uma genética de café específica da região. Com tecnologias produtivas, o estado aumentou sua produção de 2 milhões de sacas de café para mais de 3 milhões, mesmo reduzindo em mais de 80% na área plantada.
O café é a quinta cultura mais produzida em Rondônia (mais de 137 mil toneladas), segundo dados do governo estadual sobre o ano de 2020. O produto da região tem conquistado reconhecimento nacional. Cafés especiais torrados rondonenses ficaram nas cinco primeiras posições em prêmio da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil – CNA Brasil Artesanal 2024.
Social
O segundo pilar do ESG é o Social. Corresponde à relação da organização com o seu entorno, incluindo, por exemplo, iniciativas de apoio à diversidade e posicionamento em relação a causas sociais.
Organização demarca presença feminina na agricultura
A Cooperativa dos Agricultores Familiares de Poço Fundo e Região (Coopfam), especializada em cafeicultura, lidera o projeto Mulheres Organizadas em Busca da Igualdade (MOBI). O movimento visa trazer inclusão feminina em setor no qual elas ainda são minoria. Segundo o Anuário do Cooperativismo 2024, apenas 18% dos cooperados no setor agropecuário brasileiro são mulheres.
O grupo promove debate sobre desenvolvimento pessoal e profissional, e contribui para o surgimento de lideranças femininas na Coopfam. A cooperativa atualmente é presidida por Vânia Lúcia Pereira da Silva, eleita em 2019 – primeira mulher a alcançar o cargo.
Uma iniciativa de sucesso do MOBI foi a elaboração de uma linha de café feminino, criada para enaltecer e empoderar o trabalho das cooperadas. O produto foi servido na Copa do Mundo de 2014 e nos Jogos Olímpicos do Rio 2016, levando o trabalho das agricultoras a eventos de repercussão mundial.
Uma nova maneira de atender cooperados surdos
A CooperJohnson, cooperativa de crédito de São José dos Campos voltada aos funcionários da Johnson & Johnson, desenvolveu um canal de atendimento para cooperados surdos. A demanda foi identificada em 2019 e contemplada após avaliações. Segundo dados do IBGE relativos a 2021, mais de 10 milhões de brasileiros têm alguma deficiência auditiva, e 2,7 milhões possuem surdez profunda.
A tecnologia para tornar os atendimentos mais acessíveis recorreu ao ICOM, um serviço de tradução simultânea de Libras. O sistema triangula a comunicação entre o surdo, o ouvinte e o intérprete através de videochamada, facilitando a troca de informações que antes era limitada a ligações telefônicas.
A CooperJohnson detectou aumento na quantidade de atendimentos ao público surdo. A tecnologia do ICOM ainda fornece métricas que identificam detalhes, como tempo de serviço e o motivo que levou ao contato. Assim, há ferramentas para aprimorar ainda mais a inclusão a esse segmento de cooperados.
Governança
A terceira – mas não menos importante – base do ESG é a Governança (Governance, em inglês). A gestão de uma organização deve ser transparente e combater a corrupção. Esses ideais de comando convergem com a forma cooperativista de gerenciamento.
Estruturação de processos orienta crescimento da Castrolanda
A Castrolanda, cooperativa paranaense com operações agrícolas e industriais, passou por crescimento acelerado na década de 2010. Nesse cenário, a companhia se viu obrigada a aumentar a transparência na seleção e no acompanhamento de projetos. A solução encontrada foi a criação de um escritório de projetos – também conhecido como PMO, sigla para Project Management Office.
O PMO surgiu como forma de alinhar os interesses de todas as áreas da Castrolanda. O escritório estabeleceu uma estrutura para projetos com investimento superior a R$ 200 mil. Todos precisam ser aprovados em colegiado, passando por termo de submissão, análise tributária, legislação ambiental, trabalhista e cálculo de indicadores financeiros. Ao longo de dois anos, gestores de diversas áreas receberam capacitação para lidar com as novas demandas.
A iniciativa alinhou interesses de diferentes setores da Castrolanda e trouxe resultados positivos, como maior previsibilidade de resultados, controle de produção e redução de riscos. Os processos estabelecidos não se aplicam somente ao planejamento dos projetos, contando também com acompanhamento próximo à execução.
Unimed Chapecó vira referência na área da saúde
Operadoras de planos de saúde possuem obrigação legal de adotarem medidas mínimas de governança para atender à Resolução Normativa 518/22 da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), levando em consideração transparência, equidade, prestação de contas e responsabilidade corporativa. Entretanto, a cooperativa de Chapecó do sistema Unimed identificou a necessidade de ir além, em benefício da própria cooperativa.
A organização avaliou o que já estava em curso dentro de seu ambiente e se planejou para incorporar práticas avançadas de governança sob liderança do Núcleo de Governança Corporativa, criado em 2020. O Estatuto Social foi reformulado, e os procedimentos passaram por mudanças. O mapeamento de riscos corporativos, o monitoramento da eficácia de ações e o Programa de Integridade para compliance tornaram-se parte do funcionamento.
A iniciativa colocou a Unimed Chapecó à frente da maioria das operadoras de planos de saúde no quesito governança, segundo a coordenadora do Núcleo de Governança Corporativa Josiane Brighenti. A meta agora é institucionalizar as mudanças adotadas e aprimorar a aplicação das boas práticas.
Cooperativismo e ESG
Casos como os detalhados neste texto mostram que cooperativismo tem tudo a ver com desenvolvimento sustentável. Adotar medidas em prol do meio ambiente e da sociedade como um todo é fundamental para esse modelo de negócio.
Para conhecer a fundo mais cases de sucesso, acesse o Cooperação Ambiental! Neste portal, você encontra iniciativas ambientais, ações sociais, detalhes sobre a participação brasileira nas edições da COP e mais sobre o mundo das cooperativas.
A geração Z está tomando cada vez mais espaço na economia ao ocupar lugares no mercado de trabalho e por seus comportamentos de consumo. Em 2020, essa parcela da população já representava 40% dos consumidores globais, de acordo com estudos da McKinsey.
As cooperativas precisam estar atentas à geração Z para conseguir atrair novos talentos, rejuvenescer os quadros sociais e proporcionar produtos e serviços atrativos. A boa notícia é que as cooperativas e a geração Z têm muita coisa em comum.
Como o cooperativismo se adequa às tendências da Geração Z
A geração Z abraça todos aqueles nascidos entre 1995 e 2010. Essa parcela da população é marcada pela presença total no mundo digital e o acesso a informações novas a cada instante. Os jovens dessa geração são superestimulados e acreditam na realidade simultânea, em que se podem realizar diversas atividades ao mesmo tempo.
Além disso, essa geração possui alguns ideais muito definidos, como a diversidade, a inclusão, a priorização da qualidade de vida, o ativismo, o desejo de construir um mundo melhor e a cooperação. Nesse sentido, o cooperativismo pode se adequar totalmente às tendências dos jovens.
A busca pelo propósito
Um fator muito importante para a geração Z é encontrar propósito nas suas funções do dia a dia. De acordo com um estudo da Deloitte, 86% dos jovens acreditam que enxergar propósito no seu trabalho é muito importante para sua satisfação profissional e bem-estar.
Por isso, estar ligado a modelos de negócio como o cooperativismo - que é guiado por princípios e pensado para impactar positivamente a sociedade - consegue oferecer aos jovens os propósitos com os quais eles se identificam.
A importância do pertencimento
Outra característica da geração Z é a preocupação com o pertencimento. Os jovens buscam por oportunidades profissionais das quais tenham orgulho de pertencer e organizações em que se sintam motivados a participar ativamente dos projetos.
O cooperativismo também se encaixa na busca por pertencimento da geração Z. Tendo em vista o impacto direto das cooperativas na comunidade e sua gestão democrática, fica mais fácil para os jovens se identificarem e se sentirem pertencentes a esse modelo tão participativo.
Consumo consciente e sustentável
Uma grande preocupação da geração Z é o impacto ambiental. De acordo com o estudo da Deloitte, 25% dos jovens já cortaram relações com negócios cuja parte do modelo de produção não era sustentável.
Os cuidados com o meio ambiente são parte da preocupação das cooperativas. O modelo cooperativista se preocupa com o impacto na comunidade em geral, desde aspectos sociais até ambientais.
Impacto social e comunitário
Ainda de acordo com a pesquisa da Deloitte, 63% da geração Z compactua e acredita em negócios com o poder de promover igualdade social. Nesse quesito, as cooperativas se encaixam perfeitamente com o desejo por uma sociedade mais justa dos jovens.
Pensando que o sétimo princípio do cooperativismo é o interesse pela comunidade, as atitudes das cooperativas são totalmente pensadas no impacto social. Assim, a geração Z pode encontrar propósito na sua vida profissional e se identificar com os valores da organização.
Horizontalidade e gestão descentralizada
Em entrevista realizada durante o 15° CBC, o professor, palestrante e escritor Dado Schneider, falou sobre o novo modelo de gestão acatado pela geração Z. De acordo com Schneider, com o advento das redes sociais e, consequentemente, do fácil acesso à informação, a cadeia de comandos se tornou horizontal ao invés de vertical e centralizada.
Esse é outro motivo pelo qual a geração Z se encaixa tão bem com o cooperativismo. O segundo princípio do cooperativismo gira em torno da gestão democrática e, por isso, os jovens conseguem se adaptar bem a esse modelo.
Os desafios para trazer a Geração Z ao cooperativismo
Apesar de ideais similares, a taxa de adesão dos jovens ao cooperativismo ainda não é tão alta. Ainda existem alguns desafios que precisam ser superados visando uma maior participação da geração Z em cooperativas.
A comunicação com os jovens
Dado Schneider afirma que um grande problema do cooperativismo é não se comunicar propriamente com a geração Z. Segundo ele, muitas pessoas encaram esse grupo apenas como mais uma geração de jovens, mas se esquecem que essa parcela da população apresenta características únicas, nunca antes vistas.
Por isso, é necessário que as cooperativas adequem sua comunicação com a geração Z, visando tornar o modelo cooperativista atrativo aos jovens. Por meio de alguns truques de linguagem simples, é possível aproximar as cooperativas dessa parcela da população. Como já existe um alinhamento de princípios, basta essa mudança de diálogo para gerar identificação entre o cooperativismo e a geração Z.
Conhecer e entender seus valores
Para conseguir se comunicar com a geração Z é preciso entender seus valores e ideais. Muitos consideram essa nova parcela da população como os mais disruptores desde a época dos hippies e, por isso, eles têm seus princípios bem definidos e os levam muito a sério.
As gerações mais velhas precisam manter a mente aberta para se adaptarem a algumas peculiaridades dos mais jovens, como sua preocupação com o impacto ambiental e social das organizações.
É preciso, por exemplo, que as pessoas com mais experiência de mercado estejam dispostas a flexibilizar seu modo de pensar e produzir para abraçar os ideais dessa nova geração.
A nova cultura do trabalho
Um ponto divergente da geração Z em relação às outras gerações é a cultura de trabalho. Os jovens trocaram o lema de antigamente de “viver para trabalhar” por “trabalhar para viver”. Por isso, a nova geração valoriza muito um estilo de vida saudável e faz questão de priorizar suas atividades pessoais.
Além disso, a geração Z é extremamente preocupada com a manutenção da saúde mental, e evita atividades que possam atingi-la. Portanto, as cooperativas precisam adaptar e flexibilizar seu ambiente de trabalho para que ele se torne mais atrativo para os jovens. A adoção de benefícios focados no bem estar físico e mental e o modelo de trabalho híbrido são algumas das atitudes tomadas por organizações visando a retenção de talentos da geração Z.
Cooperativas apostam na juventude
Muitas cooperativas já perceberam o poder da geração Z e como pode ser benéfico contar com esses jovens na base de cooperados e clientes. Por isso, muitas delas adaptaram sua comunicação e criaram projetos específicos para atração dessa nova geração.
Núcleo Jovem Coplacana
A Coplacana fez um diagnóstico preocupante: a falta de engajamento dos jovens e a crescente idade de seus cooperados. Com um público predominantemente mais velho, a cooperativa viu a necessidade de atrair uma geração jovem.
A barreira geracional era evidente, com lideranças mais velhas dominando a cooperativa, o que levantava a necessidade de diversificar e integrar novas lideranças. O Núcleo Jovem Coplacana busca, portanto, aproximar as gerações mais novas, preparando-as para futuras posições nos conselhos administrativos e fiscais, criando uma sucessão eficaz e promovendo a perenização da cooperativa.
A cooperativa focou na faixa etária de 16 a 35 anos, compreendendo os indivíduos que estavam decidindo sobre suas carreiras e ainda podiam ser influenciados positivamente. A estratégia era garantir a continuidade da cooperativa ao envolver os jovens no agronegócio, tanto para assumir cargos internos quanto para se tornarem proprietários rurais. A abordagem não se limitava a agricultores, mas se estendia a diversas áreas, incluindo administração e direito.
Juventude Cooperativista e Coonectada da Cresol
A fim de estimular a sucessão familiar e a integração das novas gerações ao cooperativismo, o Sistema Cresol desenvolveu os projetos Juventude Cooperativista e Juventude Conectada. Boa parte do quadro social da Cresol está em uma faixa etária mais elevada. Com isso, a organização não se preocupa apenas com a sucessão que ocorre dentro dos empreendimentos familiares, mas também com a da cooperativa, a fim de que os sucessores também se tornem cooperados.
A principal iniciativa, atualmente, é por meio do projeto Juventude Conectada. Nela, jovens de todo o Brasil que sejam cooperados ou filhos de cooperados participam de uma jornada de aprendizagem on-line durante 14 semanas. Em 2023 o programa teve sua quarta edição.
Ao todo, 1.284 jovens já passaram pelo programa Juventude Conectada e a cooperativa avalia que os resultados obtidos até então são extremamente satisfatórios. O envolvimento dos jovens com a cooperativa também aumentou e agora eles fazem parte dos conselhos de administração e fiscal, assim como se tornam Embaixadores Cresol, um projeto que busca conectar cooperados e comunidade.
O cooperativismo é uma solução ideal para a geração Z, já que alinha os princípios de colaboração, inclusão e sustentabilidade com as expectativas e valores desses jovens. A geração Z valoriza negócios que promovam igualdade social, impactem a comunidade e possuam um modelo de trabalho mais democrático - valores presentes na lógica cooperativista.
Portanto, as cooperativas oferecem um ambiente em que a geração Z possa se desenvolver não apenas profissionalmente, mas também pessoalmente, além de contribuir para a construção de uma sociedade mais justa e sustentável.
Unindo a visão inovadora dos jovens com os propósitos cooperativistas, se torna viável a construção de uma sociedade cada vez mais justa e sustentável. O cooperativismo é não apenas uma alternativa viável, mas uma escolha estratégica que reflete profundamente as aspirações e o espírito dessa geração. É o match perfeito!