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Cooperativismo em evidência na edição das Maiores e Melhores 2023

Há mais de 50 anos, a Revista Exame observa as mudanças que formaram o cenário econômico do Brasil e do mundo. É um veículo que analisa o desenvolvimento profissional e empresarial do país em frentes como educação, investimento e eventos. Desde 1974, a revista também elabora o ranking Maiores e Melhores, publicação especial que aponta as empresas de maior relevância do Brasil nos mais diversos setores de atividade.  

Este ano, as cooperativas brasileiras ganharam destaque no ranking da revista, com foco especial no setor agropecuário. A matéria Unidos cresceremos mostra como o campo desempenha papel fundamental no fortalecimento das cooperativas do Brasil. 

Segundo reportagem, entre as dez maiores cooperativas listadas no Anuário do Cooperativismo 2023, nove pertencem ao Ramo Agro. A Coamo, do Paraná, lidera a lista seguida pela Comigo, de Goiás, e da Cocamar, também paranaense. Em entrevista, o presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas, disse que as cooperativas agropecuárias formam a base do cooperativismo. "Elas são a nossa âncora fundamental", afirma 

Outro destaque é a matéria que aborda a força do agronegócio nacional Bilhões de Grãos. A revista ressalta que a colheita brasileira cresceu 577% em 50 anos e que a produção agrícola é responsável por um quarto do PIB brasileiro, tendo se consolidado com a grande força da economia do país. De acordo com o ranking, mais da metade dessa produção vem das cooperativas. "O forte da produção agrícola está dentro do sistema cooperativo, sendo 71% dos agricultores ligados às cooperativas com perfil familiar", ressalta Márcio Freitas.  

A edição Maiores e Melhores de 2023 também inclui as cooperativas no ranking das organizações envolvidas com a pauta de ESG. A matéria Metas para cooperar com a sustentabilidade traz informações apresentadas por Elias José Zydek, presidente executivo da Frimesa, que congrega produtores rurais do Sudoeste do Paraná, de que a cooperativa pretende zerar as emissões de carbono direto até 2040. "Por sua natureza, o sistema cooperativo traz embutido muito do social e da governança. Agora, soma-se a esses pilares a preocupação com as questões climáticas e ambientais", disse.  

A edição completa da revista Maiores e Melhores 2023 pode ser acessada aqui.  

 
 
 
Um homem e uma mulher perto de fardos de material reciclado.

Cooperativas são protagonistas da reciclagem de resíduos no Brasil

Quando um resíduo reciclável é descartado, precisa percorrer um longo caminho até chegar a seu destino final. Quando tudo dá certo, ele é reaproveitado e pode se tornar matéria-prima para novos produtos, fechando o ciclo da economia circular. No entanto, quando o processo tem falhas, os recicláveis acabam sendo destruídos porque os catadores — também chamados de agentes de reciclagem — não conseguem separar corretamente o material. E o problema é que isso acontece com muita frequência. 

No Distrito Federal, por exemplo, 60% do resíduo reciclável recolhido pelo serviço público de limpeza urbana é descartado porque foi dispensado ou transportado incorretamente. “Mais de 600 toneladas por mês de resíduos entram em nosso complexo de reciclagem, mas não podem ser recuperados por terem sido descartados de forma incorreta, ou seja, junto a resíduo que não é reciclável", explica Aline Souza, presidente da Central das Cooperativas de Trabalho de Catadores de Materiais Recicláveis do Distrito Federal (Centcoop). 

Mesmo quando a separação é feita corretamente e os recicláveis são depositados nos locais destinados à coleta seletiva, às vezes os catadores enfrentam problemas de logística. Quando a retirada é feita por caminhões compactadores,  a reciclagem fica inviabilizada porque o material orgânico é misturado com o reciclável.

“Algumas pessoas separam e destinam corretamente na lixeira reciclável, mas outras não", lamenta Aline. "E esse compactador vai pegar tudo, prensar para otimizar espaço e levar tudo para a cooperativa. Quando chega na cooperativa já vai ter perdido praticamente todo esse material bom por conta dessa mistura”. 

Além dos resíduos recolhidos pela empresa pública, a central de cooperativas que Aline dirige também recebe caminhões de coleta seletiva feita porta a porta por cooperativas especializadas. Nesse caso, a taxa de reciclagem é muito maior: acima de 80%. 

“Temos cooperativas que já alcançaram 97% de qualidade dos resíduos coletados. São índices totalmente diferentes e com resultados diferentes, o que mostra, de fato, que quem tem capacidade de executar esse serviço de coleta seletiva são as cooperativas”, pondera Aline.

REFERÊNCIA NA AMÉRICA LATINA

Com 17 anos de atuação, a Centcoop tem 22 cooperativas associadas que agregam 1,1 mil catadores de materiais recicláveis, 72% mulheres. Referência entre as cooperativas do setor na América Latina, a central recicla cerca de 12 mil toneladas de resíduos por ano.

Assim como ela, milhares de cooperativas são protagonistas da gestão de resíduos sólidos em todo o Brasil. De acordo com os dados do Anuário Coop 2023, há 92 cooperativas de reciclagem registradas no Sistema OCB, que representam 14% das cooperativas do ramo Trabalho, Produção de Bens e Serviços

Junto com as associações de catadores, as cooperativas atuam em mais de 1,1 mil municípios brasileiros e foram responsáveis por 35% do volume de resíduos recicláveis coletados nessas localidades em 2021, de acordo com os dados mais recentes do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS). 

“Se não fosse o trabalho de reciclagem feito há décadas pelos catadores, já estaríamos em um caos ambiental, com o país abarrotado de lixões e aterros. Quanto mais se recicla e se dá vida útil aos resíduos, mais protegidos e preservados estarão os recursos naturais. A reciclagem está diretamente ligada à preservação da natureza e às mudanças climáticas. Se a gente recicla mais, contamina menos, evita a emissão de CO² [dióxido de carbono, gás que agrava o efeito estufa] na atmosfera”, explica Aline Souza. 

CICLO VIRTUOSO

Além dos enormes benefícios ambientais, as cooperativas de recicláveis têm outro papel fundamental: melhorar a vida das pessoas. Quando os catadores se organizam em cooperativas têm acesso a condições de trabalho dignas, renda mais justa e são incluídos em uma cadeia produtiva formal que garante oportunidades e ganho de escala

“As cooperativas de reciclagem promovem um ciclo virtuoso de desenvolvimento que transforma a atuação de catadores e catadoras, transborda para os negócios e impacta toda comunidade onde estão presentes. Elas contribuem para dignificar o trabalho dos catadores, favorecem a inclusão social e econômica de trabalhadores que, em sua maioria, não são qualificados e estão em situação de vulnerabilidade”, afirma a superintendente do Sistema OCB, Tania Zanella. 

No caso da Centcoop, em conjunto com o governo do Distrito Federal, a central de cooperativas gerencia o Complexo Integrado de Reciclagem (CIR), uma estrutura de 80 mil metros quadrados para recepção, triagem, classificação, prensagem, armazenamento e comercialização de materiais recicláveis que beneficia 11 cooperativas e 360 catadores. 

Pela relevância para o setor e importância na inclusão social e produtiva dos catadores, as cooperativas estão no centro da Política Nacional de Resíduos Sólidos. A lei prevê que as coops façam parte dos Planos Municipais de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos e que atuem em parceria com a indústria para iniciativas de logística reversa. Além disso, regulamenta o financiamento para implantação de infraestrutura física e aquisição de equipamentos para cooperativas ou outras formas de associação de catadores. 

EDUCAÇÃO AMBIENTAL

O trabalho das cooperativas de reciclagem pode ser ainda mais efetivo se for combinado com melhorias nos sistemas de coleta de resíduos e, principalmente, educação ambiental. 

“O correto é a gente pensar em um sistema de coleta que converse com o comportamento social das pessoas quando se trata de descarte de resíduos. Tem que haver a coleta do resíduo reciclável, do orgânico e do rejeito, que é o que vai para aterro sanitário. E é preciso ter instituições distintas para fazer essa logística”, sugere Aline Souza.

Para os cidadãos, a mudança pode começar em casa, com a separação correta dos três tipos de resíduos e o descarte nos locais adequados e dias indicados para coleta seletiva. “Aumentar o índice de reciclagem no país depende de avançar na comunicação com a sociedade sobre o descarte correto dos resíduos, há praticamente zero iniciativas nesse sentido por parte dos governantes e das empresas”, avalia a líder cooperativista. 

Da montanha de resíduos à faixa presidencial 

Aline Souza, presidente da Central das Cooperativas de Trabalho de Catadores de Materiais Recicláveis do Distrito Federal (Centcoop), foi uma das oito pessoas escolhidas para representar o povo brasileiro na entrega da faixa ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante sua cerimônia de posse, em 1° de janeiro de 2023. 

De mão em mão, a faixa presidencial passou por um líder indígena, uma cozinheira, um jovem com deficiência, um artesão, um metalúrgico, um professor e um estudante até chegar à Aline, que a colocou no presidente. A imagem deixou a representante dos catadores de recicláveis conhecida em todo o país, mas muito antes da posse, Aline já representava milhares de brasileiros na busca por condições de trabalho mais dignas e renda mais justa por meio de sua atuação no cooperativismo. 

Vinda de uma família de catadores, ela lembra dos primeiros dias no trabalho de reciclagem, quando ainda era menor de idade. Sem infraestrutura adequada, os catadores do grupo do qual participava trabalhavam rodeados pelos resíduos. 

“Tenho essa imagem de estar trabalhando junto com eles em um morro de material reciclado. E que era quente, muito quente, lembro muito disso. A gente passava mal muitas vezes com o sol na cabeça”, recorda. 

Quando a cooperativa Recicla foi criada, em 2006, os catadores passaram a ter melhores condições de trabalho e organização. Nessa época, Aline teve um papel fundamental ao participar de um projeto que ensinou catadores a escrever os próprios nomes para que pudessem assinar o estatuto social da cooperativa. 

Quando completou 18 anos, Aline ingressou formalmente na cooperativa. Não demorou muito para o grupo perceber que o trabalho dela seria mais valioso na parte administrativa e de representação. Desde então, ela atuou na regularização de documentos da cooperativa, na articulação com governos para garantir direitos aos trabalhadores e na negociação com empresas para buscar parcerias.

“Também organizava eventos para os catadores e suas famílias. Quando aparecia qualquer oportunidade de cinema, circo ou parque com vouchers doados, buscava para os filhos de catadores. Eram ações que conseguiam incluir os catadores e catadoras e também os filhos”, lembra. 

O trabalho para melhorar as condições dos catadores da Recicla e de outras cooperativas levou Aline a ser convidada para fazer parte da direção da Centcoop. Atualmente, está em seu terceiro mandato como diretora-presidente da central de cooperativas.

 
 
 
 
 
 
 
 

Benefícios das cooperativas de crédito na vida real e em Terra e Paixão

  • Ramos: Crédito
Cooperativas de crédito apoiam produtores rurais na vida real e em Terra e Paixão

Primeiro, 170 animais tiveram de ser abatidos por causa de tuberculose bovina. Depois, um novo exame detectou mais contaminação e o produtor rural Marinus Teunis Hagen Filho, de Arapoti (PR), foi obrigado a liquidar o rebanho inteiro. Desolado, viu a produção leiteira de sua propriedade desaparecer durante um surto da doença. 

“Foi em 2010 o acontecido", recorda. "Nosso rebanho foi acometido de tuberculose e, na primeira pancada, 170 animais "positivados" tiveram de ser abatidos. Animais em lactação, novilhas, bezerras… Havia animais positivos para a doença em todas as faixas de idade". 

Dois meses depois, veio o segundo golpe. Outros 70 animais tinham adquirido a doença e o produtor teve de abater o plantel inteiro e começar do zero. Ele bateu de porta em porta, em diversos bancos, atrás de crédito para comprar um novo rebanho. E assim como milhares de outros produtores rurais, quando mais precisou, não foi em uma instituição financeira tradicional que Marinus encontrou apoio, mas em uma cooperativa de crédito

A importância das também chamadas cooperativas financeiras para o campo é tão grande que virou assunto da novela Terra e Paixão, da TV Globo. Na trama, uma cooperativa de crédito, o Sicoob, terá um papel fundamental na vida dos personagens já nos próximos capítulos. Assim como teve na vida do produtor paranaense, cooperado do Sicredi Novos Horizontes PR/SP desde 2004.

“Recomeçar do zero não foi fácil. Além do prejuízo, tive que abater 350 animais na época, e o Sicredi foi de uma ajuda muito grande para mim”, recorda Marinus. Por meio da Capal Cooperativa Agroindustrial, da qual Marinus também é cooperado, o Sicredi disponibilizou linhas de crédito para ajudar produtores da região que tiveram rebanhos atingidos pela tuberculose bovina a recomeçar após a crise sanitária.

“Na época, o que a cooperativa tinha disponível ela emprestou para nós'’, elogia o cooperado. "Um banco não faz isso. Quando você precisa, digamos, quando você está na lama, uma instituição comercial não empresta dinheiro para você. É mais ou menos assim que funciona o sistema financeiro, ele empresta para quem tem garantia de poder pagar de volta. Para quem está com algum problema sério, eles ficam bem mais resistentes em emprestar dinheiro. Nesse ponto o Sicredi foi diferente e muito importante para o recomeço da nossa atividade.” 

VOLTA POR CIMA

Marinus conseguiu retomar a pecuária de leite –  inclusive já recebeu prêmios por boas práticas e produtividade – e o relacionamento com o Sicredi aumentou. Hoje, 65% da movimentação financeira do produtor paranaense é feita com a cooperativa de crédito, entre operações de custeio e investimento e outros serviços financeiros.

“Tenho um pulverizador autopropelido financiado lá, um barracão financiado, o custeio de ração. E investimentos também: alguma coisa em poupança, já fiz consórcio, tenho também uma previdência privada no Sicredi. Dos produtos que eles oferecem acho que uns 80%, 85% já usei ou estou usando.” 

Além do bom atendimento “na saúde a na doença”, o cooperado também destaca as taxas mais baixas e a intercooperação com a Capal como diferenciais da cooperativa de crédito. 

“O atendimento no Sicredi é personalizado. Você não é um número, você é realmente um sócio que é levado em consideração. E, outra coisa, no final do ano, quando o resultado é positivo no Sicredi, você recebe também uma participação pela movimentação que teve na cooperativa, uma parte vai para o capital social e outra parte você recebe em conta-corrente”, explica Marinus, referindo-se à distribuição dos resultados entre os cooperados. 

É isso mesmo, quando uma cooperativa de crédito fecha o ano com resultado financeiro líquido positivo, esse dinheiro é distribuído entre os cooperados. A devolução é proporcional às operações realizadas com a cooperativa: quanto maior o relacionamento e utilização de produtos e serviços, maior a participação nos resultados. Em 2023, por exemplo, o sistema Sicredi distribuiu R$ 2,5 bilhões entre seus cooperados, valores referentes ao exercício de 2022.

ATENDIMENTO À MINEIRA

Em Minas Gerais, um produtor de hortaliças do município de Caeté, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, também conta com o cooperativismo de crédito para produzir mais e melhor e com recursos que não imaginava conseguir em instituições financeiras tradicionais. 

No Sítio Ribeiro Bonito, conhecido como Horta do Milton, o agricultor Milton Fernandes e sua família produzem alfaces lisa, crespa, americana e roxa, brócolis ninja e escarola de forma sustentável, com plantio direto e menos agrotóxicos. 

Milton é cooperado do Sicoob, cooperativa de crédito que está na novela Terra e Paixão e na vida real de 7 milhões de cooperados em todo o país, no campo e nas cidades. 

Cooperado do Sicoob Credimepi há três anos, ele garante: nunca foi tão bem atendido em uma instituição financeira e que nenhuma deu tanta importância para seu trabalho como produtor rural. A produção da Horta do Milton foi inclusive reconhecida pelo Sicoob no 2° Prêmio Produtor Rural Sustentável, que homenageia produtores rurais comprometidos com o meio ambiente. 

“Nunca tive um atendimento igual eu tenho no Sicoob. Tem banco que eu tenho conta desde 1991 e nunca vieram aqui na nossa propriedade ver o que a gente está precisando. Assim que a gente conheceu o pessoal do Sicoob, o gerente já veio cá, tomou café com a gente, coisa que outros nunca fizeram. Então o atendimento lá para mim é muito bom”, avalia.

MENOS BUROCRACIA

Além da hospitalidade mineira, Milton diz que o conhecimento dos negócios do campo, a proximidade da agência e a experiência na concessão de crédito rural também são diferenciais da cooperativa de crédito. 

“Nunca fiz empréstimos em outros bancos porque era tanta burocracia que não dava, e no Sicoob  não tive esse problema. Eles vieram aqui, visitaram a nossa propriedade e logo liberaram o crédito para a gente. Já fizemos três empréstimos lá e eu estou muito satisfeito.”

Por enquanto, o dinheiro financiado pelo Sicoob é usado por Milton para operações de custeio, como compra de sementes, adubos, defensivos e outras despesas rotineiras da produção. Mas o agricultor já se prepara para realizar um investimento na Horta do Milton com o apoio da cooperativa de crédito. 

“Estamos precisando fazer algumas melhorias na propriedade, como um galpão, porque a gente tem algumas máquinas e não tem espaço para todas, algumas ficam ao relento. Então para o próximo ano queremos fazer esse investimento”, planeja.

NA FICÇÃO 

Na novela Terra e Paixão, da TV Globo, os moradores de Nova Primavera, cidade fictícia onde se desenvolve a trama, estão prontos para transformar esses benefícios em realidade. No capítulo da última sexta-feira (1º de setembro), os personagens Tadeu (Cláudio Gabriel) e Lucinda (Débora Falabella) inauguram uma agência do Sicoob - maior sistema cooperativo de crédito do Brasil. A cena conta também com a presença de Nivaldo, que representa a instituição financeira cooperativa na novela.  

- Hoje é um dia muito especial para Nova Primavera porque nós tamo (sic) recebendo uma agência do Sicoob e com essa já são de 4,5 mil agências em todo o Brasil, diz Lucinda. 

- E essa agência aqui é muito mais do que trazer serviços financeiros. Ela demonstra um real interesse por nossa comunidade. Vai ajudar nosso povo na formação e educação financeira, além de dividir os resultados entre os cooperados. O que vai fazer a nossa comunidade crescer e se desenvolver mais. Já estou ansioso pelos resultados, complementa Tadeu. 

Os personagens destacam ainda que a agência está linda e vai trazer resultados positivos para todos na cidade. “Vai ser ótimo para todo mundo!”, salienta Lucinda.  

Tanto na novela como na vida real, cada vez mais pontos de atendimento de cooperativas de crédito são inaugurados em todo Brasil para levar soluções financeiras de qualidade que impulsionam pessoas, negócios e comunidades. 

 
 
 
 
 
 
 
 

Cooperativa de crédito: mais que uma instituição financeira, uma escolha justa e sustentável

 

O que você leva em consideração na hora de abrir uma conta ou investir seu dinheiro? As taxas? A proximidade de casa? A confiabilidade? E se você pudesse escolher uma instituição com todas essas qualidades e que, além disso, dividisse os resultados financeiros alcançados no ano com você e investisse no desenvolvimento da sua comunidade? Pois mais de 15,5 milhões de brasileiros, segundo dados do AnuárioCoop 2023, já fizeram essa escolha e têm contas em cooperativas de crédito — instituições que também vão conquistar, em breve, o coração dos protagonistas da novela Terra e Paixão, da TV Globo. 

Autorizadas e supervisionadas pelo Banco Central, as cooperativas de crédito oferecem os mesmos serviços que instituições financeiras convencionais, como conta-corrente, aplicações, investimentos, cartão de crédito,financiamentos, seguros, consórcios, planos de previdência, entre outros produtos. Elas também disponibilizam soluções digitais, operam com o Pix e fazem parte do projeto-piloto do Open Finance e do Real Digital (Drex). 

Mas as semelhanças com as instituições tradicionais param por aí! Mais do que uma decisão financeira inteligente, escolher uma cooperativa de crédito é optar por um mundo mais justo, ético e sustentável. Um mundo que coloca as pessoas em primeiro lugar, transformando o dinheiro em um instrumento para torná-las mais felizes.

EXPANSÃO

Ao abrir uma conta em uma cooperativa de crédito, o cooperado torna-se sócio e dono da instituição financeira. A adesão é livre e voluntária, com portas abertas para todos os perfis. 

"Muito mais que um cliente, o cooperado tem poder de decisão e direito à participação nos resultados financeiros. Ao mesmo tempo em que acessam produtos e serviços com preços justos e condições competitivas, os cooperados participam da gestão das cooperativas", explica a superintendente do Sistema OCB, Tania Zanella.

Em todo o Brasil, existem 728 cooperativas de crédito. Com 9.008 postos de atendimento, a rede cooperativista é a maior do país, com presença no campo, nas cidades e em regiões remotas. Em 332 municípios, as cooperativas são a única instituição financeira da cidade, garantido a inclusão bancária de milhões de brasileiros. Os dados são do AnuárioCoop 2023 e referem-se a números consolidados em dezembro de 2022. 

No total, as cooperativas financeiras operam em 55,3% dos municípios brasileiros, totalizando 3.080 cidades. De acordo com o Banco Central, o cooperativismo de crédito cresce em um patamar superior ao do restante do Sistema Financeiro Nacional e avança mesmo em cenários de crise. O compromisso com a oferta de produtos e serviços financeiros justos, o relacionamento próximo com os cooperados e a forte presença no financiamento do setor agropecuário estão entre as explicações para o crescimento sustentável desse setor do cooperativismo.

Como o principal objetivo da cooperativa de crédito é bem servir aos cooperados, com um portfólio de produtos financeiros competitivos e adequados às necessidades dos associados, elas operam com taxas de juros reduzidas e oferecem condições competitivas em empréstimos, financiamentos e outros produtos e serviços. E essa diferença tem um impacto direto nas contas dos associados. 

Em 2022, os cooperados do Sicoob economizaram mais de R$ 20,9 bilhões, valor equivalente à diferença de juros, taxas e tarifas que pagariam em outras instituições financeiras. Um estudo realizado pelo canal My News, mostra que os cooperados gastam 50% a menos em taxas de crédito pessoal e até 55% a menos com juros no cartão de crédito que clientes de bancos comerciais. 

RESULTADOS COMPARTILHADOS

E falando em dinheiro, há outro diferencial que só as cooperativas de crédito oferecem: a participação nos resultados financeiros, também conhecidos como sobras ou retorno cooperativo.

Quando uma cooperativa de crédito fecha o ano com resultado financeiro líquido positivo, esse dinheiro é distribuído entre os cooperados. A devolução é proporcional às operações realizadas com a cooperativa: quanto maior o relacionamento e utilização de produtos e serviços, maior a participação nos resultados. Em 2023, o Sicredi distribuiu R$ 2,5 bilhões entre seus cooperados, e o Sicoob compartilhou R$ 5,5 bilhões. Os valores são referentes ao exercício de 2022.

Além da devolução das sobras aos cooperados, as cooperativas de crédito investem diretamente na melhoria das comunidades onde atuam. Esse compromisso é um princípio cooperativista, por isso as cooperativas financeiras fazem o que a maioria das outras instituições financeiras não fazem: investem parte dos resultados financeiros na melhora da vida das pessoas, seja por meio de fundos sociais e educacionais, projetos de sustentabilidade ambiental e de formação financeira. 

"Com sua vocação de oferecer produtos e serviços mais justos, as cooperativas de crédito promovem a inclusão financeira, fazem o dinheiro circular e movimentam a economia local", completa Tania Zanella.

Entenda a diferença entre cooperativas e instituições financeiras tradicionais

 

Cooperativismo de crédito em números 

15,5 milhões de cooperados 

728 cooperativas singulares 

9.008 postos de atendimento 

R$361 bilhões Carteira de crédito 

R$656 bilhões Ativos totais 

*Fonte: AnuárioCoop 2023 referentes a dezembro de 2022

Como se associar a uma cooperativa de crédito 

As cooperativas de crédito podem ser de livre admissão, ou seja, abertas a todos os perfis de associados; ou segmentadas para públicos específicos, como coops criadas para categorias profissionais ou trabalhadores de uma empresa. Na maioria delas, é possível aproveitar todas as vantagens de uma instituição financeira justa, confiável e competitiva com um clique, por meio da abertura de contas digitais nos sites ou aplicativos. Também é possível se tornar sócio em um dos postos de atendimento espalhados pelo país. O cooperativismo de crédito brasileiro está organizado em sete grandes sistemas – Sicoob, Sicredi, Unicred, Cresol, Ailos, Credisis e Uniprime – além de cooperativas singulares não filiadas a sistemas.

 

Plataforma de capacitação do cooperativismo chega a 150 cursos online gratuitos

Em 2020, quando o mundo parou por causa da pandemia do coronavírus, os cooperativistas brasileiros ganharam um espaço inovador de aprendizado virtual. Criada na hora certa, a plataforma CapacitaCoop ajudou os profissionais do coop a continuarem evoluindo, mesmo quando eles não podiam sair de casa. Passados três anos, esse espaço alcançou marcas históricas: 150 cursos online gratuitos e mais de 45 mil inscritos. 

“O crescimento da CapacitaCoop foi tão destacado que acabou virando um case, apresentado no 38º Congresso Brasileiro de Treinamento e Desenvolvimento, em São Paulo [realizado em junho]", explica a gerente de Desenvolvimento de Cooperativas do Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop), Débora Ingrisano. "Além do destaque na quantidade, os cursos têm sido muito bem avaliados. Na consolidação da pesquisa de satisfação, 91% dos alunos atribuíram nota de 8 a 10, em uma escala de 1 a 10 para nota geral do curso. São produções feitas com rigor técnico, com design instrucional moderno e atrativo”, acrescenta a gestora. 

Os cursos de capacitação cooperativista oferecidos pelo Sistema OCB vinham sendo realizados mesmo antes da pandemia, desde 2017. No início, as aulas eram oferecidas por meio da estrutura da Faculdade Unimed — instituição de ensino superior da maior cooperativa de saúde do mundo, o Sistema Unimed. Como o interesse pela modalidade virtual foi crescendo, o Sescoop — responsável pela capacitação e desenvolvimento da governança e gestão do coop brasileiro —  decidiu investir em uma plataforma própria. 

A contratação de um serviço especializado ocorreu no começo de 2020 e foi agilizada por causa da pandemia, com adaptações para combinar a facilidade da Educação à Distância com as características do modelo de negócio cooperativista. Lançada oficialmente em abril de 2020, com seis cursos, a plataforma fechou aquele ano com 12 mil inscrições. Passados três anos, o número de cursos aumentou em 25 vezes e o de inscrições quadruplicou. 

CONTEÚDO

Com informação cooperativista em várias áreas do conhecimento, os 150 cursos da CapacitaCoop abrangem desde conteúdos básicos sobre o modelo de negócio, passando por legislação, tributos, governança e gestão, até inovação e desenvolvimento pessoal.

A carga horária varia de 30 minutos a 24 horas-aula, que podem ser percorridas nos horários em que o estudante quiser, de forma assíncrona. Os conteúdos são acessíveis por meio de computadores, tablets e celulares, inclusive pelo WhatsApp, basta ter acesso à internet. Ou seja, dá para assistir às aulas no intervalo do trabalho, nos fins de semana, no caminho de ida ou volta para a casa. 

O aluno pode escolher temas separadamente e montar uma programação de aulas de acordo com seus assuntos de interesse. Ele também pode acessar os conteúdos organizados em Trilhas de Aprendizagem, planejadas pela equipe do Sescoop para reunir cursos que levem a uma formação mais ampla. 

Atualmente, há 15 trilhas disponíveis: 

  1. Governança Participativa
  2. Programas de Capacitação para as Cooperativas Minerais
  3. Contabilidade e Tributação para Dirigentes
  4. Contabilidade e Tributação para Contadores
  5. Negócios Dinâmicos
  6. Soft Skills
  7. Programa Pesquisa Científica no Cooperativismo
  8. Universitário Cooperativo
  9. Conselheiros Administrativos: Desafios da Primeira Gestão
  10. Decisões Financeiras em Cooperativas 
  11. Caminho para a Excelência
  12. Como Desenhar Soluções Centradas no Usuário
  13. Liderança para Transformação 
  14. ESG - Environmental, Social and Governance
  15. Cooperativismo e Relações Governamentais 

Todas as trilhas estão  diretamente relacionadas ao cooperativismo e com soluções que atendem a desafios do dia a dia das cooperativas, cooperados e colaboradores. Tanto os cursos individuais quanto as trilhas são gratuitos, podem ser iniciados a qualquer momento e têm certificado emitido pelo Sescoop.

Vale destacar: a maior parte dos cursos da CapacitaCoop podem ser acessados por qualquer pessoa interessada nas temáticas oferecidas, sem necessariamente ser vinculada a uma cooperativa.  No entanto,  as cooperativas associadas ao Sistema OCB têm acesso a alguns conteúdos exclusivos. 

PRIMEIRAS LIÇÕES

Para quem quer entender o cooperativismo do começo e conhecer como funciona o nosso modelo de negócio, a primeira parada na plataforma CapacitaCoop é o curso Entendendo a Sociedade Cooperativa, com 10 horas-aula sobre os fundamentos e modelo de negócio cooperativista. 

“Também temos esse mesmo conteúdo em uma versão mais resumida e lúdica, em 4 horas-aula, em que, por meio da história fictícia de uma agricultora, é mostrado todo o passo a passo para se constituir uma cooperativa. O nome desse curso é Cooperativismo Primeiras Lições”, sugere Débora Ingrisano. 

As duas formações estão entre as mais procuradas do site (veja box abaixo).

Os cursos não dependem da formação de turmas para iniciar, ou seja, o estudante pode se matricular e começar as aulas imediatamente. 

"A jornada de aprendizagem na plataforma CapacitaCoop inclui atividades ao longo da formação, para fixar conhecimentos, e uma avaliação final. O estudante que percorre todo o conteúdo e atinge 70% de acerto na avaliação final recebe um certificado validado pelo Sescoop, com reconhecimento nacional", explica a gestora da plataforma.

A plataforma também oferece uma biblioteca de conteúdos com materiais de apoio como vídeos, entrevistas, ebooks e outras publicações. 

Cinco cursos mais procurados da plataforma CapacitaCoop

  1. Entendendo a Sociedade Cooperativa
  2. Cooperativismo - Primeiras Lições
  3. Governança Cooperativa: Princípios e Boas Práticas
  4. Mentalidade Ágil
  5. Gestão da Mudança
 

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