Featured
O cooperativismo brasileiro será bem representado na Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática, a COP29, que acontece em Baku, no Azerbaijão, entre os dias 11 e 22 de novembro. Com o objetivo de apresentar ao mundo iniciativas sustentáveis, o Sistema OCB, entidade de representação máxima do cooperativismo no Brasil, e diversas cooperativas, como Cooxupé, Coopercitrus, Sicoob, Sicredi e Cresol, participam de painéis no dia 19 de novembro, com temas de grande relevância para o futuro do planeta e do setor.
Por que o cooperativismo na COP29?
A presença de cooperativas brasileiras na COP29 tem o propósito de mostrar o papel do movimento na busca por soluções que equilibrem o desenvolvimento econômico, a preservação ambiental e a inclusão social. Com ações concretas que promovem o uso responsável dos recursos naturais e apoiam a adoção de práticas sustentáveis, o cooperativismo do Brasil é referência para o mundo quando o assunto é o cuidado com o meio ambiente.
Participação
No painel Cooperativismo e Finanças Sustentáveis, as cooperativas de crédito Sicoob, Sicredi e Cresol irão falar sobre como as finanças verdes, isto é, investimentos voltados para práticas sustentáveis, estão transformando o cenário no Brasil. Esses investimentos, que vão desde o financiamento de energia renovável até práticas de baixa emissão de carbono na agricultura, incentivam não só o desenvolvimento sustentável, mas também o crescimento econômico de forma responsável.
Os representantes dessas cooperativas apresentarão seus programas que promovem a inclusão de pequenos produtores e negócios locais em iniciativas verdes, a partir de temas como agricultura sustentável, apoio às mulheres empreendedoras e soluções de baixo impacto ambiental. Essas ações, alinhadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, contribuem diretamente para um futuro mais justo e sustentável.
Campo
A Cooxupé e a Coopercitrus, referências no setor agrícola, também vão compartilhar suas experiências, com apresentação de práticas sustentáveis que vão desde o uso de tecnologias de precisão até projetos de recuperação de áreas degradadas e preservação de nascentes. Com ações voltadas para o desenvolvimento de boas práticas, essas cooperativas mostram como é possível combinar tecnologia e consciência ambiental para beneficiar tanto o produtor rural quanto o meio ambiente.
Acordo de Paris
Todas essas iniciativas têm como objetivo reforçar o papel importante do cooperativismo no compromisso do Brasil com o Acordo de Paris, que busca reduzir as emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) e desacelerar o aquecimento global. As cooperativas, com suas práticas inovadoras e responsáveis, ajudam a promover um modelo econômico que gera impacto positivo nas comunidades e contribui para um futuro mais verde.
Ao unir forças, as cooperativas mostram ao mundo que é possível criar impacto significativo, com cuidado às pessoas e ao planeta.
Acompanhe a nossa participação no evento pelo site Cooperação Ambiental e também pelas nossas redes sociais:
Featured
Abrir um negócio próprio pode parecer um sonho distante para muitos brasileiros, mas o cooperativismo de crédito tem ajudado milhares de pessoas em todo o país a tirar esse plano do papel. Esse era o caso da dentista Marina Machado, que já atuava há dez anos em clínicas de terceiros, e decidiu empreender para prestar um serviço ainda melhor para seus pacientes.
“Chegou um momento em que eu estava trabalhando de uma maneira que, para mim, não estava sendo legal. Eu queria oferecer um atendimento mais personalizado e humanizado, que fosse bom para mim e bom para os meus pacientes. Daí surgiu essa necessidade de abrir o meu espaço e criar minha realidade", lembra.
Antes de empreender, Marina era contratada como pessoa física e não possuía relacionamento empresarial com nenhuma instituição financeira, logo, conseguir crédito para o novo negócio poderia ser desafiador. A solução foi apresentada pelo marido dela, o produtor de conteúdo digital Alan Pablo Ribeiro, que tinha uma conta no Sicredi Campos Gerais e Grande Curitiba PR/SP e mostrou que na cooperativa de crédito as condições eram bem diferentes das dos bancos tradicionais.
Em 2021, Marina conseguiu um financiamento no Sicredi com recursos do Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe). Em fevereiro de 2022, o consultório foi inaugurado em Ponta Grossa, no Paraná. Atualmente, a clínica gera mais quatro postos de trabalho: para uma pessoa responsável pela secretaria e três dentistas.
Com a estabilização e sucesso do consultório, a família decidiu investir em mais um sonho e novamente conseguiu crédito na cooperativa. Desta vez, Alan Pablo utilizou os recursos para abrir um estúdio de podcast. Inaugurado em abril, o empreendimento gera renda para o casal e já emprega estagiários.
“Aqui em casa nos organizamos bem para um apoiar os sonhos do outro. Estamos honrando o nosso compromisso financeiro com o Sicredi e o consultório já está mais fortalecido. Então decidimos fazer esse novo financiamento para o estúdio de podcast”, conta Mariana.
Efeito multiplicador
Com o apoio de uma cooperativa de crédito, Marina melhorou sua qualidade de vida, ampliou a renda familiar e gerou empregos. O exemplo da dentista paranaense mostra exatamente como o cooperativismo de crédito causa impactos positivos que vão muito além da pessoa que contrata um empréstimo.
Este efeito é comprovado pelo estudo Impactos do Cooperativismo de Crédito para o Desenvolvimento Econômico do Brasil, realizado pelo Sistema OCB em conjunto com a Fundação Instituto de Pesquisa (Fipe). A pesquisa revela que cada R$ 1 de crédito concedido pelas cooperativas gera R$ 2,56 de atividade econômica e representa R$1,17 de valor adicionado no conjunto da economia brasileira.
O levantamento também aponta que a presença de cooperativas de crédito em um município se reflete em um incremento de R$ 3.852 no Produto Interno Bruto (PIB) por habitante, 25 empregos a mais por mil habitantes e R$ 115,5 de acréscimo salarial por indivíduo.
“Além da inclusão financeira, a atuação das cooperativas de crédito tem uma repercussão em toda a comunidade, colaborando para aumentar a concorrência, reduzir a pobreza, as desigualdades econômicas e as dificuldades de acesso ao crédito para famílias e empresas. É um modelo de negócios que apoia as pessoas e estimula as economias locais”, destaca a superintendente do Sistema OCB, Tania Zanella.
Apoio aos pequenos negócios
Durante o processo de liberação do crédito para montar sua clínica, Marina teve o suporte de uma gerente da cooperativa que foi até o seu negócio tirar todas as dúvidas presencialmente.
Para Márcio Zwierewicz, presidente do Sicredi Campos Gerais e Grande Curitiba PR/SP, cooperativa em que Marina conseguiu o financiamento, o relacionamento próximo com os cooperados é justamente um dos diferenciais do cooperativismo. No caso dos empreendedores, essa característica do coop dá mais confiança aos pequenos empresários que, muitas vezes, sequer são atendidos nos bancos tradicionais.
A cooperativa paranaense oferece linhas de crédito exclusivas para empreendedores, com condições especiais, prazos flexíveis e taxas justas; soluções de pagamento para facilitar os negócios, como máquinas de cartão, cartão de crédito e débito, PIX e organizador financeiro; além de produtos financeiros como investimentos e seguros.
“Nossa cooperativa investe no atendimento presencial, com gerentes de carteira para todos os tamanhos de empresa, para atender às características de cada associado ofertando o produto e serviço adequado à sua necessidade. Além disso, temos oportunidades como rodadas de negócios, em que um associado pode oferecer seu produto para outros, gerando fortalecimento da economia local. Com educação financeira e promoção de networking, criamos oportunidades de relacionamento, aprendizado e formação que fortalecem a atividade dos empreendedores”, aponta Zwierewicz.
Impacto nacional
Em todo o país,mais de 700 cooperativas de crédito atendem a 17,9 milhões de cooperados e geram 112 mil empregos diretos. Elas estão presentes em todos os estados do país e em 368 municípios são a única instituição financeira presente fisicamente. Os dados são do Anuário do Cooperativismo Brasileiro 2024.
Considerando os impactos do saldo de crédito concedido por cooperativas para a economia brasileira calculados no estudo da Fipe, nos últimos cinco anos, os R$ 52,7 bilhões concedidos anualmente movimentaram R$135,1 bilhões/ano na economia. Além disso, esse crédito gerou 1,2 milhão de empregos/ano e R$ 26 bilhões/ano em salários de 2018 a 2023.
Featured
Como apresentar o cooperativismo de forma lúdica e atrativa para crianças e jovens e mostrar a esse público as vantagens dessa forma de pensar, produzir e consumir? A resposta a esse desafio está no Jogar+Aprender, um ambiente digital que reúne todas as ferramentas educacionais desenvolvidas pelo coop brasileiro, entre elas dois novos games que combinam informação e interatividade.
Com uma página especial dentro da CapacitaCoop, a plataforma de ensino a distância do cooperativismo brasileiro, a solução educacional Jogar+Aprender completou um mês no ar e oferece materiais didáticos, cursos, vídeos, brincadeiras, jogos tradicionais e digitais. Os conteúdos são baseados nos princípios e valores do cooperativismo e incluem orientações para professores, pais e cooperativas.
“O Sistema OCB está constantemente inovando e criando programas, produtos e soluções voltados para a educação cooperativista. Afinal, nosso modelo de negócio precisa ser cada vez mais difundido na sociedade como uma alternativa excelente e sustentável para o mundo. E não há melhor maneira de fazer isso do que levar esse conhecimento às crianças e jovens, permitindo que eles descubram desde cedo os inúmeros benefícios do cooperativismo”, afirma a gerente geral da OCB, Fabíola Nader Motta.
Público-alvo
Em todo o país, segundo dados do Censo Escolar 2023, há 47,3 milhões de estudantes matriculados na Educação Básica, que abrange a educação infantil, ensino fundamental e ensino médio. Levar conhecimento sobre o coop para esse público é uma das prioridades do cooperativismo brasileiro.
Os recursos pedagógicos do Jogar+Aprender estão alinhados aos eixos integradores estabelecidos pela Base Nacional Curricular Comum (BNCC), documento que estabelece as diretrizes para cada etapa da educação. Além das salas de aula, os conteúdos podem ser utilizados em casa, com participação dos pais, pelas cooperativas e por qualquer pessoa interessada em saber mais sobre o cooperativismo.
São mais de 60 vídeos, cerca de 30 cursos, mais de 20 jogos de palavras e 30 desenhos disponíveis, além de guias metodológicos para utilizar esses instrumentos em sala de aula, uma trilha de aprendizagem sobre Educação Cooperativista na Prática para Docentes, apostilas e materiais didáticos sobre cooperativismo para a Aprendizagem Profissional.
Games cooperativistas
Além de conteúdos tradicionais, o Jogar+Aprender traz dois novos jogos digitais que reúnem diversão e conhecimento sobre o coop, utilizando a linguagem que as novas gerações gostam e dominam. Os games fazem parte da vida das crianças e adolescentes brasileiros no dia a dia, inclusive no ambiente escolar. Quando bem utilizadas, essas ferramentas ensinam de forma dinâmica e conectada aos interesses dos nativos digitais, geração que já cresceu em um mundo com acesso à internet.
“Os jogos se destacam como uma estratégia poderosa. Eles não apenas entretêm, mas também educam e despertam para a importância da cooperação de forma lúdica e envolvente. Por isso desenvolvemos alguns jogos com o objetivo de tornar o aprendizado sobre cooperativismo divertido e interativo”, explica Fabíola Nader Motta.
Dois games inéditos foram desenvolvidos para a Jogar+Aprender: o CoopCity, estruturado na plataforma Roblox; e o Onde Está Eliza?, um minijogo digital inspirado na série de livros Onde Está Wally?:
CoopCity: jogo de simulação que representa uma cidade composta por diversas cooperativas. O jogador assume o papel de um cooperado, podendo atuar em diferentes ramos, com o objetivo de fortalecer o cooperativismo e promover o desenvolvimento da cidade.
Na cidade cooperativista, os jogadores podem fazer parte de cooperativas dos sete ramos, aprender sobre como funcionam as Assembleias Gerais e conhecer os benefícios da intercooperação.
Além de ensinar sobre cooperativismo, o game ajuda a desenvolver conceitos de geografia, história, educação financeira, matemática, planejamento, empreendedorismo, cidadania e sustentabilidade. Por meio do cooperativismo, o jogo também promove a cooperação e o trabalho em equipe.
Onde Está Eliza?: inspirado nos famosos livros em que o personagem Wally está escondido em diferentes cenários, o game Onde Está Eliza? é uma forma criativa de trabalhar o tema cooperativismo de um jeito divertido. A personagem Eliza foi baseada em Eliza Brierley, primeira mulher a se associar a uma cooperativa no mundo. Inovadora e corajosa, ela desafiou as regras do seu tempo e se juntou a 27 outros trabalhadores para fundar a Sociedade dos Probos Pioneiros de Rochdale, na Inglaterra, a primeira coop da história.
O game tem três cenários com diferentes níveis de dificuldade para que os estudantes possam encontrar Eliza e outros objetos pré-definidos em cada etapa. Ao encontrar cada elemento, destaca-se a história e explicação de cada um no contexto do cooperativismo, sempre de forma lúdica.
A proposta não é apenas divertir as crianças, mas trazer subsídios pedagógicos para professores, educadores e responsáveis em trabalhar o tema cooperativismo de uma forma diferenciada.
Guia para pais e professores
Para os adultos, a solução Jogar+Aprender tem conteúdos especiais para aproveitar ao máximo os materiais da plataforma com crianças e jovens. De planos de aula a materiais didáticos criativos, a midiateca inclui cursos e capacitações para facilitar a educação cooperativista em sala de aula ou em casa, no ambiente familiar.
Além de conteúdos coop, também estão disponíveis materiais com orientações sobre saúde e bem-estar das crianças e dos jovens, como estratégias para inclusão, respeito à diversidade e enfrentamento do bullying.
“Na seção exclusiva para professores, temos cursos, e-books, vídeos e planos de orientação para aplicação em sala de aula dos recursos disponíveis no ambiente Jogar+Aprender. Caso os professores e educadores queiram aprofundar seus conhecimentos sobre o cooperativismo e outros temas, disponibilizamos cursos direcionados para os docentes, entre eles o curso Educação Cooperativista e sua aplicabilidade em sala de aula”, explica Fabíola Nader Motta.
Todos os conteúdos do ambiente Jogar+Aprender têm acesso livre e gratuito e podem ser utilizados por qualquer pessoa, sem necessidade de fazer parte de uma cooperativa. O cadastro na plataforma CapacitaCoop é simples e a navegação é fácil e intuitiva.
Fortalecer o coop
Para quem já é cooperativista, as ferramentas educacionais da nova plataforma podem ajudar a espalhar a mensagem do coop e a fortalecer estratégias educacionais desenvolvidas pelas cooperativas brasileiras.
Os conteúdos foram desenvolvidos para apoiar tanto as cooperativas que já atuam com educação cooperativista para crianças e jovens, quanto aquelas que ainda não desenvolvem ações e queiram se inspirar a criar seus próprios projetos ou ser parte de iniciativas de intercooperação.
“As cooperativas podem utilizar os recursos de diversas maneiras, inclusive em eventos, no Dia C, em brinquedotecas e salas para os filhos de cooperados que acompanham os pais nas Assembleias Gerais, entre outras possibilidades”, lista Fabíola.
Acesse agora o ambiente Jogar+Aprender na plataforma CapacitaCoop e faça parte dessa jornada divertida de descobertas, crescimento e aprendizagem sobre a cultura cooperativista.
Featured
O cooperativismo surgiu com o objetivo de promover um sistema econômico mais justo e solidário, e como alternativa para os modelos de negócio tradicionais. Baseado em princípios de união, ajuda mútua e gestão democrática, o cooperativismo coloca o foco no coletivo, onde o protagonismo é dos cooperados — os verdadeiros donos da cooperativa.
E, seguindo o terceiro princípio do cooperativismo, da participação econômica, os associados recebem um tipo especial de cashback: o retorno das sobras. Entenda o que são as sobras e como elas beneficiam os cooperados!
O que são as sobras: o “cashback” do cooperativismo
Em organizações tradicionais, chamamos o excedente financeiro, após o pagamento de todas as despesas, de lucro. No cooperativismo, o saldo positivo é chamado de sobras, já que o propósito da instituição não é o lucro, e sim o desenvolvimento econômico e social dos cooperados e da cooperativa.
Para promover essa melhora, as sobras podem ser divididas entre os associados ou reinvestidas na própria organização. Assim, elas são direcionadas às operações, serviços e produtos. Seguindo o princípio cooperativista de gestão democrática, a decisão sobre a distribuição das sobras é feita durante a Assembleia Geral Ordinária (AGO).
A prática pode ser vista como uma espécie de cashback, já que o associado está recebendo uma espécie de retorno por contribuírem com a cooperativa. Mas, o processo de distribuição não é tão simples quanto um cashback após uma compra. Vamos entender melhor?
Como funciona a distribuição das sobras?
Decidir para onde as sobras serão encaminhadas é uma tarefa que demanda a participação dos cooperados. O primeiro passo é a prestação de contas dos últimos 12 meses. Durante essa análise, feita no início do ano, a cooperativa deve elencar as receitas, os custos, as taxas e os valores arrecadados.
Com a demonstração financeira em mãos, está na hora de mostrá-la aos associados e eles devem aprová-la, ou não, por meio de uma votação. Após a aprovação das contas, os cooperados também decidem o destino das sobras - sempre de acordo com o estatuto da cooperativa.
Levando isso em consideração, uma parte das sobras integra fundos obrigatórios que visam garantir a sustentabilidade e prosperidade da cooperativa no longo prazo. Esse valor é usado para implementar melhorias aos associados, clientes e colaboradores. O restante é dividido entre os cooperados de forma proporcional à participação de cada um nas atividades da organização. Isso garante uma distribuição justa e igualitária.
Os associados podem receber o cashback cooperativo de diversas formas. Há a possibilidade de o valor ser creditado diretamente na conta do cooperado, por exemplo. Em algumas cooperativas, as sobras são convertidas em cotas de capital, aumentando a participação do cooperado nesse ativo.
Os benefícios das sobras para cooperados e comunidades
As sobras no cooperativismo trazem vantagens significativas que vão além do retorno financeiro para os cooperados, beneficiando também as comunidades onde essas cooperativas atuam. Vamos conhecer esses benefícios?
A redistribuição das sobras é importante para incentivar a participação ativa dos cooperados no dia a dia da cooperativa, e os estimular a consumirem mais produtos e serviços da organização. O cashback cooperativo também é responsável por fortalecer o vínculo do associado com a instituição, já que oferece um sentimento de pertencimento.
As comunidades onde as organizações estão inseridas também são beneficiadas pelo cashback das coops. Parte das sobras podem ser destinadas a projetos sociais na região onde a cooperativa atua, alavancando o desenvolvimento e fortalecendo a economia local.
As iniciativas também são responsáveis por melhorar a qualidade de vida da população residente. Os projetos, que podem focar na educação, infraestrutura e saúde, fortalecem a imagem do cooperativismo, incentivando a expansão do modelo de negócios.
Retorno das sobras e cashback: semelhanças e diferenças
Ao olharmos para o conceito do cashback e do retorno das sobras, observamos que ambos proporcionam um retorno financeiro ao usuário. No entanto, as diferenças residem nos seus propósitos e formas de distribuição.
Uma das grandes diferenças entre eles é que o cashback só acontece quando uma compra é feita. Normalmente, o desconto, ou reembolso, que consiste em uma porcentagem do valor pago, pode ser utilizado apenas no mesmo estabelecimento, e não é creditado na conta do usuário.
Já o retorno das sobras não depende de uma compra para ser redistribuído entre os associados. Ele acontece anualmente, após a demonstração financeira ser aprovada pela Assembleia Geral por meio de uma votação. Além disso, a distribuição das sobras acontece de forma proporcional às operações realizadas por cada cooperado
Por fim, não podemos esquecer que receber cashback significa, na maior parte dos casos, que o usuário faz parte de um programa de fidelidade de algum estabelecimento ou banco. Já o retorno das sobras é prova que o associado faz parte da cooperativa e é um de seus donos.
Conclusão: o cashback cooperativista
O cashback é um instrumento cada vez mais usado e atrativo na economia digital, afinal, quem não gosta de receber um desconto nas próximas compras!? Mas, melhor do que isso é poder contribuir para o desenvolvimento de uma sociedade mais justa e solidária.
O retorno das sobras evidencia que o cooperativismo é um modelo de negócios inovador e à frente de seu tempo. Sem pensar no lucro da instituição, as cooperativas focam em melhorar a vida dos cooperados, colaboradores, clientes e moradores da região onde estão estabelecidas há cerca de 200 anos!
Featured
Que Minas Gerais é conhecido pela hospitalidade, o Brasil inteiro já sabe. Mas, desde 2020, uma iniciativa de 15 cooperativas incorporou uma nova palavra ao vocabulário que define o estado: intercooperação.
Tudo começou durante a pandemia de covid-19, quando grandes cooperativas de Patos de Minas, na região do Triângulo Mineiro, decidiram se unir para ajudar a população a atravessar os dias de incerteza que atingiram o mundo inteiro. Ao perceberem que juntas teriam mais recursos e maior capacidade de dar suporte a quem precisava, criaram a RedeCoop Patos de Minas.
A primeira missão conjunta das cooperativas foi a doação de 4 mil testes rápidos de covid, itens essenciais na época para reduzir o risco de contaminação em um momento crítico de transmissão do vírus.
Além do apoio na área de saúde, a rede também se mobilizou para tentar amenizar a situação do comércio local, que teve que fechar as portas, deixando famílias inteiras sem renda de uma hora para outra.
“As cooperativas de crédito da rede criaram uma linha especial com correção monetária de 1,25% ao ano e com o primeiro pagamento com 18 meses de carência. Essa iniciativa visava não apenas oferecer suporte financeiro aos empresários, mas também fomentar a economia e o emprego”, lembra Ronaldo Siqueira Santos, presidente do Sicoob Credicopa e primeiro coordenador do projeto de intercooperação.
O resultado das ações conjuntas durante a pandemia deixou claro que a união em prol do desenvolvimento da região valia a pena, e a parceria se consolidou para muito além das ações de responsabilidade social. “Além do ganho social para a cidade e de ajudar a diminuir o sofrimento das pessoas, a Rede criou muitas oportunidades de geração de bons negócios dentro do cooperativismo, fortaleceu o nosso movimento em toda a região”, explica Vasco Praça, presidente da Cemil e atual coordenador da RedeCoop.
Mais negócios coop
Com cooperativas agropecuárias, de saúde, crédito, transporte e trabalho (veja lista completa no box), a RedeCoop Patos de Minas colocou o princípio da intercooperação em prática no dia a dia e as integrantes do projeto começaram a fazer e fortalecer negócios entre si.
Cooperativas do grupo que antes só contratavam financiamento em bancos, hoje operam com as coops de crédito da rede, com linhas especiais e condições de pagamento e taxas diferenciadas. Já os planos de saúde e odontológicos dos empregados das cooperativas do projeto são fornecidos pelas duas coops do ramo Saúde do grupo, entre outras estratégias bem-sucedidas de negócios.
“O projeto se superou, tornou-se uma referência e teve um alcance muito maior do que o inicialmente planejado. Hoje o cooperativismo tem um peso muito grande no PIB [Produto Interno Bruto] de Patos de Minas, e esse resultado está ligado a esse engajamento na intercooperação. São várias cooperativas que contribuem para isso de maneira muito relevante”, pondera Nidelson Falcão, diretor executivo da Fecoagro Leite Minas, outra cooperativa integrante da rede.
Juntas, as 15 cooperativas da RedeCoop Patos de Minas reúnem mais de 60 mil cooperados e geram 3,8 mil empregos diretos. Em patrimônio líquido, ultrapassaram a marca dos R$ 1,3 bilhão em 2023 e geraram mais de R$ 2,5 bilhões em receita bruta, segundo dados consolidados mais recentes.
Confiança
O caminho para todos esses resultados tem uma fórmula: confiança, estrutura democrática e participação ativa dos presidentes das cooperativas. A gestão da RedeCoop Patos de Minas é compartilhada, a presidência do grupo é rotativa, e todas as decisões de negócio passam por um conselho administrativo. Além de reuniões mensais com os presidentes e diretores executivos, as áreas técnicas de marketing e governança estão permanentemente engajadas nas ações conjuntas.
“Trocamos a palavra competição por união por cooperação. A essência da RedeCoop é o sentimento de irmandade, de um ajudar o outro, de uma cooperativa apoiar a outra, de crescer sem deixar ninguém para trás. E com isso nos tornamos referência para outras regiões do estado, que também estão criando suas redes”, destaca Vasco Praça.
O grupo de coops mineiras também aposta na atuação em conjunto para fazer bons negócios com fornecedores. Para isso, utilizam o Consórcio Central Grupo Cooperativo, uma central de compras de produtos e insumos que garante melhores preços e segurança nos contratos. Mais de 30 mil itens de cerca de três mil fornecedores já foram negociados pelo consórcio, de sementes e defensivos agrícolas à contratação de mão de obra.
Segundo o coordenador de Ramos do Sistema OCB, Hugo Andrade, exemplos como a RedeCoop Patos de Minas mostram que a intercooperação é um caminho viável e necessário para que as cooperativas brasileiras gerem mais resultados e possam fortalecer o cooperativismo como um todo.
“A intercooperação traz benefícios como redução de custos, ganhos de escala e possibilidade de criação de novos negócios para as cooperativas. Por meio da intercooperação, o sistema cooperativo brasileiro vai conseguir atingir mais facilmente nossa meta BRC 1 Tri de Prosperidade. Se as cooperativas começarem a fazer mais negócios entre elas, vamos movimentar mais recursos para alcançar esse desafio”, ressalta.
R$ 1 trilhão de prosperidade Em 2022, o presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas, lançou um desafio para o cooperativismo brasileiro: "Que tal trabalharmos para dar ao Brasil R$ 1 trilhão de prosperidade?”. O convite se transformou no Brasil Mais Cooperativo 1 trilhão de prosperidade, BRC 1Tri, meta de movimentar R$ 1 trilhão com o trabalho das cooperativas brasileiras e agregar 30 milhões de cooperados até 2027. A cada ano, como mostram os dados do Anuário Coop, nos aproximamos desse objetivo com foco no desenvolvimento dos negócios cooperativistas e em melhorar a vida dos brasileiros |
Cooperativas participantes da RedeCoop:
1. Consórcio Central Grupo Cooperativo (CCGC)
2. Cooperativa Central Mineira de Laticínios (Cemil)
3. Coopatos
4. Cooperativa dos Produtores de Algodão do Estado de Minas Gerais (Cooperpluma)
5. Fecoagro Leite Minas
6. Frigopatos
7. Cooperativa de Reciclagem de Alumínio (Cooperal)
8. Sicoob Credicopa
9. Sicoob Credipatos
10. Sicredi Integração Rota das Terras RS/MG
11. Suinco
12. Unicred Evolução
13. Unimed Patos de Minas
14. Uniodonto
15. Coopergerais
Foco nas pessoas
Criada como ferramenta de responsabilidade social, a RedeCoop Patos Minas mantém seu compromisso com a comunidade em iniciativas diversificadas: participação conjunta no Dia de Cooperar, doação de alimentos e apoio financeiro a entidades assistenciais, campanhas de incentivo à doação de sangue e plantio de árvores, formação de jovens aprendizes, projetos para inserção de mulheres no mercado de trabalho, entre outras.
“O fortalecimento da rede promove a resiliência e a sustentabilidade das cooperativas, alinhando-se ao sétimo princípio cooperativista, que enfatiza a importância de fazer mais pela comunidade. Com isso, as cooperativas não apenas se destacam, mas também se tornam pilares de apoio para o crescimento e bem-estar da região de Patos de Minas”, afirma Ronaldo Siqueira Santos, presidente do Sicoob Credicopa.