O resultado do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2022 colocou em evidência o cooperativismo pernambucano. A aluna Carina Moura, do Colégio 3º Milênio – cooperativa de professores com sede em Limoeiro e Vitória de Santo Antão – foi a única a tirar nota máxima na redação do certame, em Pernambuco, com pontuação 1.000. A coop vem se consolidando ao longo dos anos também na aprovação de alunos em vestibulares do estado.
“Fiquei muito feliz com o resultado do exame, porque isso traz uma representatividade muito grande principalmente para o pessoal do interior. Tenho ouvido de muitas pessoas que estou inspirando elas. Tenho consciência de que sofremos preconceito de outros estados e, desta forma, estamos quebramos essa barreira. O Nordeste é sim capaz e também um celeiro intelectual. Este ano tivemos 10 notas mil em todo o nordeste, isto é um marco”, comemorou a estudante.
Embora tenha alcançado a nota máxima, Carina revelou que já teve receio em relação a redação do Enem. “Sempre gostei muito de Português e Literatura, mas sobre a redação, confesso que tinha medo. Como na primeira e na segunda etapa do exame não precisava, eu sabia que tinha que me preparar para a esta última fase e comecei o ano muito focada. Estudei, fiz os simulados da escola e fui perdendo o medo, ficando mais confiante. Hoje gosto muito de escrever”, contou a aluna que tem a intenção de cursar Medicina.
O começo
Carina é natural de Frei Miguelinho, município de Pernambuco com 15.137 mil habitantes. Segundo ela, a educação sempre foi uma prioridade dentro de sua casa e os pais sempre se esforçaram para colocá-la em uma boa escola para que ela tivesse mais oportunidades.
“Durante o 8º e 9º ano do ensino fundamental eu ia e voltava de Limoeiro, o que foi bastante cansativo porque saia muito cedo e chegava muito tarde. Com a pandemia, fiz meu 1º e 2º ano do ensino médio de forma remota. No 3º fui morar em Limoeiro, em um pensionato religioso, umas das melhores decisões que tomei. Escolhemos o Milênio por ser uma escola de referência e, no final, me senti muito acolhida. Além do ensino excelente, o colégio tem uma rede de apoio de psicólogos e você acaba se tornando parceira dos professores. É como se fossemos do mesmo time e o vestibular o maior desafio da equipe”, relatou a estudante.
O professor cooperado de redação, Ricardo Albuquerque, integra o quadro de docentes há mais de dez anos. Ele afirmou que o modelo cooperativo é uma oportunidade que faz a diferença na educação. “São mais de 30 cabeças pensantes com ideias diferentes. Essa diversidade faz com que haja uma evolução com resultados positivos para todas as áreas, além da de linguagens. As pessoas se doam para que os objetivos sejam alcançados”, disse o professor.
O presidente da cooperativa, Luís Augusto Amorim, atribui o destaque dos alunos nos certames à dedicação dos estudantes aliada ao modelo diferenciado de educação que a cooperativa oferta.
O aluno Matheus Motta, também do Colégio 3º Milênio de Limoeiro, alcançou a maior nota em matemática do Estado no exame, com 977 de pontuação. Outros alunos da coop, do 2ª ano e do pré-Enem, tiveram pontuação na redação média de 940 pontos. Cabe ressaltar que as notas variam de 0 a 1.000.
Quer saber como funciona uma coop educacional? Assista o episódio do SomosCoop na Estrada:
O modelo de negócios cooperativista e sua participação expressiva no agronegócio nacional foi tema de reportagem especial do programa Agrocultura, da TV Cultura, exibida no último domingo (29). A reportagem de Bruno Faustino trouxe histórias de crescimento e inovação dentro das cooperativas e a inclusão social e financeira de seus cooperados, além de entrevista com a superintendente do Sistema OCB, Tania Zanella.
“O cooperativismo é um modelo de negócios diferenciado, porque é pautado por pessoas, propósito, princípios, valores, resultados compartilhados, senso de comunidade, transparência e sustentabilidade. O nosso principal objetivo é a construção de um mundo melhor, focado em um bem coletivo. O cooperado é também o dono da cooperativa e participa das decisões. Não visamos o lucro, mas as sobras [como são chamados os excedentes de cada ano], que são distribuídas entre os associados. O cooperativismo promove progresso econômico e social”, declarou Zanella.
A reportagem evidenciou que metade do que se produz no campo brasileiro é oriundo do trabalho de cooperativas e que 72% delas são da agricultura familiar. Em São Paulo, ele conversou com a cafeicultora da Coopercuesta, Daniella Romano Pelosini. Ele explicou que desde 1977 sua família atua no agro. “Antes trabalhávamos com gado de leite e paralelamente com o cultivo de café. Descobrimos que tínhamos vocação para produzir cafés especiais e começamos a investir de forma mais organizada na produção do grão. Hoje temos cerca de 200 mil pés e produzimos em torno de 2 mil sacas/mês. O produto tem boa comercialização e com mercado crescente”, contou.
Sobre o cooperativismo, Daniella lembrou um provérbio africano que aprendeu com uma amiga.
“Se você quer ir rápido, vai sozinho. Se você quer ir longe, vai junto. Eu acredito nisso profundamente e é o que fazemos aqui lindamente. É engrossar a voz, é juntar pessoas e aumentar a produtividade. Esse ir junto é que é importante”.
A história do agricultor da Coopram (ES), Paulo Cesar Soncini, ilustrou como o cooperativismo impulsiona a profissionalização de seus cooperados. A coop atua na produção de alimentos saudáveis como doces, conservas, queijos, embutidos e cafés. Soncini explicou que o pai comprou a propriedade, mas só após seu falecimento a família se mudou para a fazenda. "Hoje, além da agricultura, entramos no ramo de agroindústria e ecoturismo. Trabalhamos com mel há mais de 12 anos, fornecendo inclusive para a merenda escolar. Nossa cooperativa conta com vários apicultores e essa parceria é muito vantajosa para todos. A cooperativa compra o mel, envasa e distribui. Então, nós precisamos da cooperativa e a cooperativa precisa de nós. Sem ela ficamos muito fracos e isolados”.
A piscicultura também foi contemplada na reportagem. Reinaldo Tonela, associado da Copacol (PR), ressaltou que a atividade tem se modernizado e a tendência é continuar inovando. "Estamos há dez anos neste ramo e vemos que a cada aumento de tecnologia há também aumento de resultado. Sou associado há mais de 15 anos e a cooperativa vai crescendo e levando o associado junto, isso é importante”.
Não deixe de conferir a reportagem completa:
O mês de março traz uma série de estreias empolgantes para o coop e para quem quer conhecer mais sobre o movimento que vem mudando realidades. Nesta semana, a primeira temporada do SomosCoop na Estrada ganha reforço em sua divulgação com a participação de profissionais renomados no cenário nacional e regional, replicando os conteúdos em suas redes. O Sistema OCB selecionou oito influenciadores para avançar nas estratégias e tornar o coop cada vez mais reconhecido pelos brasileiros.
A primeira temporada da websérie, lançada em outubro de 2022, percorreu cinco unidades da federação (BA, DF, GO, MG e SP) e contemplou os sete ramos do coop. A jornalista Glenda Koslowski apresenta os dez primeiros episódios, que tratam de temas como reciclagem, produtividade, economia colaborativa, geração de energia, saúde, serviços, acesso a crédito e oportunidades de educação.
Os jornalistas Ricardo Amorim, Mari Palma, Babi Lins e Luana Assiz; o empresário Henrique Maderite, a fotógrafa e criadora de conteúdo Karol Mercez, a bióloga e tik toker, Ana Duarte; e a criadora de conteúdo digital, Edilucia Bueno, compõem o time de peso que pretende trazer ainda mais engajamento para o movimento.
Mari Palma e Ricardo Amorim abordam o modelo de negócios cooperativista como ferramenta de crescimento pessoal e profissional, assim como o impacto das coops financeira no dia a dia das pessoas e comunidades onde atuam. A mineira Ana Duarte fala sobre a presença o Ramo Saúde e como ele tem ajudado a salvar vidas com seus diferenciais.
A goiana Karol Mercez, por sua vez, apresenta o coop como mais uma alternativa para manter uma vida saudável e sustentável. O empresário Henrique Maderite explica sobre a importância das coops de transportes para quem, como ele, aciona o serviço do setor para movimentar pessoas e cargas pelo Brasil. Já baiana Luana Assiz, com seu olhar jornalístico, demonstra como o cooperativismo vem promovendo a educação na Bahia e no Brasil. Por fim, a goiana Edilúcia Bueno destaca a relevância do coop para o agro brasileiro.
Confira todos os conteúdos dos influenciadores no Instagram do SomosCoop:
Dia das Mulheres
Para o Dia Internacional das Mulheres, as atrizes Mayana Neiva, Rafaela Mandelli e Duda Santos declamam poesias em formato de cordel com histórias de cooperadas que ascenderam e transformaram a vida de suas famílias e de suas cooperativas. Com a hashtag #ComOCoopElasVaoAlem nas redes do SomosCoop, todos podem colaborar impulsionando um conteúdo cheio de verdade e afeto.
A força da mulher dentro do cooperativismo foi tema de reportagem especial do Jornal da Band, exibida nesta quinta-feira (26). A equipe foi até a sede da Cooperativa Mista Agropecuária de Manacapuru (Coomapem), de Manaus, que produz frutas e fibras que abastecem os comércios do Amazonas, de Roraima e de São Paulo, e é presidida por uma mulher, Eliana Medeiros. Ela contou que o quadro da coop era formado apenas por homens e que hoje a cooperativa congrega 70 associadas e 249 cooperados.
“O cooperativismo me deu a oportunidade de crescer como pessoa, como mulher e como ser humano. Eu vi a oportunidade na cooperativa de trazer a mulher para o trabalho e tirá-la da condição de filha ou esposa do cooperado para ser cooperada também. Nosso papel é mostrar que a mulher também ajuda sua família com o esforço do seu trabalho”, declarou Eliana.
Outro destaque da reportagem foi presidente da Cooperativa dos Prestadores de Serviços Autônomos de Lagoa Santa (Coopresa), em Minas Gerais, que há mais de 20 anos anos vem prestando serviços e componentes para aviação. Até o ano de 2019, a coop tinha apenas uma mulher, Lívia Duarte, entre os 25 associados. Hoje, é ela quem preside a cooperativa e lidera 400 mecânicos homens e mulheres.
Livia recomendou mais participação feminina para alcançar cada vez mais cargos de chefia. “Elas precisam ser ativas nas assembleias, nos processos da cooperativa, porque ninguém vai atingir um cargo de liderança, um cargo executivo dentro de uma cooperativa sem a formação, independente de ser um homem ou uma mulher”.
Segundo dados do AnuárioCoop 2022, apresentados na reportagem, as mulheres representam 40% dos mais de 18 milhões de cooperados. O segmento em que elas estão mais presentes são os de Saúde (46%), Consumo (45%), Crédito (43%), Serviços (43%), Infraestrutura (30%), Agropecuária (16%) e Transporte (8%). Em cargos de liderança, elas representam 24% e, na área de produção e serviços, 38% das funções de gerência.
A matéria ressalta ainda a criação dos núcleos femininos dentro das cooperativas com o objetivo de estimular, cada vez mais, a participação delas em cargos executivos dentro das coops.
Não deixe de conferir a reportagem na íntegra:
A relevância do cooperativismo e dos serviços de coleta de materiais recicláveis foram evidenciadas durante a cerimônia de posse do Presidente da República, no último dia 1º. Em ato inédito, oito pessoas representando diferentes esferas sociais foram escolhidas para passar a faixa para Luiz Inácio Lula da Silva, entre elas, a presidente da Central de Cooperativas de Materiais Recicláveis do DF e Entorno (Centcoop-DF), Aline Sousa. "Segurei o choro. Escolher uma catadora para participar de um ato que ficaria conhecido mundialmente é uma sensação de muita emoção".
Aline, que também representa o Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR), destacou a importância do movimento coop em sua vida e entregou ao presidente a publicação produzida pelo Sistema OCB, Propostas para um Brasil Mais Cooperativo, que apresenta dados da contribuição do coop na economia e bem-estar das pessoas e comunidades. Lula, recebeu o documento e, antes, em seu discurso, ressaltou que trabalhará para o fortalecimento do cooperativismo no país.
“O cooperativismo transforma vidas. É um modelo de negócios necessário para os caminhos que a humanidade tem seguido na atualidade. É a forma mais viável de resolver problemas não apenas econômicos, mas sociais também. Garante mais segurança e dignidade a todos os envolvidos”, diz a agente ambiental.
Como líder da central que reúne mais de mil cooperados, entre suas missões está a de buscar e conhecer novas tecnologias e possibilidades que contribuam para melhorar as condições de trabalho e renda de todas as pessoas envolvidas no processo da reciclagem.
O presidente do Sistema OCB, Marcio Lopes de Freitas, declarou que foi um orgulho sem tamanho ter uma representante do coop na passagem da faixa ao presidente. “Como sempre afirmamos, o cooperativismo não gera apenas trabalho e renda. Ele transforma vidas e a Aline é um exemplo concreto dessa realidade”.
Aline atua desde os 14 anos na coleta e reciclagem de materiais seguindo os passos de sua mãe e avó. Além da cooperativa e do movimento, ela integra ainda a Secretaria Nacional da Mulher e Juventude da Unicatadores. Sua liderança no setor tem oferecido diversas oportunidades de viagens internacionais para troca de experiências e conquistas. A última foi uma missão técnica à Itália, coordenada pela OCDF e apoio do Sistema OCB.
Junto com outros representantes de cooperativas de reciclagem, a agente foi conhecer as metodologias de implantação do sistema lixo zero adotado pelo país. “Foi uma oportunidade muito importante para conseguirmos nos apropriar mais do conhecimento desse sistema moderno que pode trazer uma inovação significativa para o Brasil. Por isso, só posso agradecer a OCDF, a OCB e a deputada Bia Kicis que viabilizou essa viagem”, relatou.
Aline também lembrou que a Política Nacional de Resíduos (Lei 12.305) é referência no mundo inteiro e que, por isso, muitos países procuram conhecer melhor as estratégias adotadas pelo Brasil na reciclagem de materiais. Em 2018, por exemplo, fui indicada para ir a Joanesburgo, na África do Sul, para conhecer e vivenciar a rotina dos catadores e ver como era a inclusão sócio produtiva de lá. Uma troca muito bacana. Recentemente, visitei a Argentina para conhecer a estrutura de um modelo diferenciado que podemos implementar aqui também”.
Remy Gorga Neto, presidente da OCDF e diretor nacional da OCB ressaltou o papel de Aline como presidente de uma central que reúne 21 cooperativas e a importância de sua participação em missões internacionais. “Aline é uma liderança fantástica. Ela tem muito conhecimento sobre o processo, a cadeia da reciclagem e é muito respeitada. Está totalmente alinhada com os princípios da OCDF e faz, inclusive, parte da Câmara Temática da Reciclagem na OCB”.
Segundo ele, a missão para a Itália faz parte de um projeto do Ministério de Desenvolvimento Regional (MDR) que foi viabilizado por meio de recursos alocados pela deputada Bia Kicis. “É um estudo de toda a cadeia da reciclagem no DF para verificar o que pode ser feito em termos de verticalização para agregar valor ao processo. São várias etapas envolvidas e uma delas foi a missão à Itália, na qual participamos da feira Ecomundo e visitamos a Aliança Cooperativa Italiana com o apoio do Sistema OCB”, esclareceu.
Coops de reciclagem
Os catadores, também reconhecidos como agentes de reciclagem, separam, transportam, acondicionam e transformam o que poderia ser visto como lixo em mercadorias com valor de uso e de troca. A Centcooop, por exemplo, conta com 21 coops afiliadas e congrega 1008 cooperados, que transformam os resíduos sólidos em materiais vendidos para grandes fábricas.
O papel de agente ambiental também cabe a estes cooperados, pois com a destinação correta destes resíduos eles não chegam aos aterros sanitários comprometendo o meio ambiente. Para além do papel ambiental, os serviços de reciclagem cooperativista geram emprego e renda para cooperados e trabalhadores do segmento.
Para saber mais sobre uma cooperativa de reciclagem e o modelo de negócios do movimento, assista ao primeiro episódio da série SomosCoop na Estrada: